O Globo
O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator das ações da Lava-Jato na segunda instância, propôs nesta quarta-feira a redução da pena do ex-ministro José Dirceu em um processo em que o petista é acusado de receber R$ 2,1 milhões de propina em um contrato com a Petrobras. Outro desembargador, Victor Laus, pediu vista e a decisão sobre a apelação criminal do segundo processo de Dirceu no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) foi adiado.
Desde 18 de maio, Dirceu está preso no Presídio da Papuda, em Brasília, onde cumpre pena de 20 anos e 10 meses para 30 anos e 9 meses por um outro processo. Em setembro de 2017, o TRF-4 confirmou a condenação por lavagem de dinheiro e organização criminosa num processo em que Dirceu é acusado de receber R$ 11 milhões em propinas da Engevix por meio de contratos superfaturados com a Petrobras.
No julgamento desta quarta-feira, os desembargadores avaliaram a sentença em que o Juiz Sergio Moro condenou o petista a 11 anos e 3 meses de prisão por uma propina de cerca de R$ 2 milhões provenientes de contrato da Petrobras com a empresa Apolo Tubulars. Ao proferir seu voto, Gebran votou pela redução da pena do petista para 8 anos e 10 meses de prisão.
Segundo Moro, a Apolo Tubulars teria superfaturado contrato de venda de tubos para a Petrobras e repassado parte do valor a Dirceu e ao ex-diretor de Serviços da Petrobas Renato Duque. Para disfarçar o caminho do dinheiro, Dirceu e seu irmão, Luiz Eduardo teriam usado a empresa Credencial para receber parte do dinheiro. O restante foi pago por meio do uso de aeronaves em mais de 100 vôos feitos por Dirceu, segundo a denúncia.