Guilherme Magalhães, Folha de São Paulo
Em meio à greve de caminhoneiros que afetou o abastecimento de combustível em vários aeroportos do país, os dois maiores terminais do Brasil passaram ilesos pela crise.
Cumbica, em Guarulhos (SP), e o Galeão, no Rio, não ficaram sem combustível porque têm ligação direta via oleodutos com refinarias da Petrobras desde que entraram em operação —Galeão em 1977 e Guarulhos em 1985.
Todos os outros aeroportos do país dependem de abastecimento via transporte rodoviário com caminhões-tanque que levam o combustível de um porto, refinaria ou granel líquido até o terminal.
No caso de Guarulhos, o aeroporto recebe cerca de 8 milhões de litros/dia para um consumo diário de 7 milhões de litros. O pool de armazenamento tem capacidade para cerca de 50 milhões de litros de querosene de aviação (QAV-1). O combustível vem de duas refinarias, em Mauá (a 35 km) e em São José dos Campos (a 78 km).
Maior aeroporto do país, o aeroporto internacional de São Paulo recebeu em 2017 37,7 milhões de passageiros e registrou 266 mil pousos e decolagens, segundo a concessionária GRU Airport, que administra o terminal.
O caso do Galeão é similar. Abastecido por oleodutos que vem da Refinaria Duque de Caxias (a 23 km), o aeroporto internacional do Rio utiliza diariamente cerca de 3,4 milhões de litros de querosene de aviação.
No ano passado, 16,2 milhões de passageiros e 120 mil aeronaves passaram pelo Galeão, fazendo deste o segundo maior aeroporto internacional do país.
A RIOgaleão, concessionária que opera o aeroporto, informou que em uma semana de greve, entre os dias 22 e 28, foram realizados 35 pousos técnicos de aeronaves que saíram da origem, pararam no Galeão para abastecer e seguiram viagem ao destino final.
A concessionária informou ainda que não há previsão de impacto na operação nas próximas 72 horas, coincidentes com a greve de petroleiros iniciada nesta quarta-feira (30). Se houver necessidade, um plano de contingência será acionado, disse a RIOgaleão.