O juiz federal Sergio Moro revogou nesta sexta-feira a prisão temporária de Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte e apontado como integrante do esquema de lavagem de dinheiro do doleiro Alberto Youssef. Ao justificar a decisão, Moro escreveu que Adarico tinha o papel de "subordinado, encarregando-se de transportar e distribuir dinheiro aos beneficiários dos pagamentos".
Adarico se entregou na segunda-feira à Polícia Federal em Curitiba. Ele foi o último preso da sétima fase da Operação Lava-Jato, que investiga desvios em licitações da Petrobras e pagamento de propina a políticas.
Apesar de solto, Adarico não poderá viajar ao exterior, mudar de endereço e tem de comparecer a todos os atos do processo quando for convocado. Adarico deixou a superintendência da Polícia Federal em Curitiba pouco depois das 19h, acompanhado do filho Adarico Negromonte Neto e das duas advogadas.
Ele não falou com a imprensa. Segundo sua defesa, Montenegro seguiu de carro para casa, em Registro, no interior de São Paulo. "Foi uma decisão baseada no princípio da presunção da inocência", declarou a advogada Joyce Roysen. "Nosso cliente de fato colaborou. Foi ouvido, prestou os esclarecimentos e não foi mais questionado. Nenhum elemento novo surgiu." Ela não confirmou, no entanto, se Adarico atuava ou não como transportador de valores para o doleiro Alberto Youssef, como sugere a investigação da PF.