Juntos, Bayern de Munique, Barcelona e Real Madrid ganharam R$ 5 bilhões em receitas na última temporada, número muito superior a de todos os clubes da Série A do Brasileiro. Mais do que isso, o abismo entre o futebol nacional e o europeu aumentou, já que as rendas dos gigantes europeus cresce de forma vigorosa, e a dos brasileiros estagnou.
Nesta sexta-feira, o clube alemão foi o último a revelar seus balanço de 2013/2014, com uma receita total de R$ 1,655 bilhão. Anteriormente, o time madrilenho revelara receita de R$ 1,721 bilhões, e a agremiação catalã ficou com R$ 1,658 bilhão. Pela primeira vez ultrapassaram o patamar de R$ 5 bi juntos. São os mais ricos ao lado do Manchester United.
Em comparação, um levantamento da consultoria BDO mostrou que 24 clubes brasileiros, incluindo todos da Série A e alguns da B como o Vasco, tiveram uma receita de R$ 3,2 bilhões. Ou seja, toda a elite nacional ficou com 54% a menos de dinheiro do que os três gigantes europeus.
Pode-se argumentar que isso já era sabido. A questão é que o abismo entre os grandes da Europa e o Brasil cresceu ainda mais na temporada passada. Afinal, os três clubes tiveram aumento de receitas, o Bayern em 22%. No Brasil, houve um incremento de apenas 2%. A estagnação ocorre depois de quatro anos de expansão forte das rendas no país
Outro argumento é de que a moeda forte favorece os europeus. É um fato. Mas há uma disparidade na gestão entre os clubes. O lema do Bayern é: “Não gastamos mais do que ganhamos''. Resultado: a agremiação completou 22 anos operando no azul, isto é, com lucro. Há dez anos que o Real também arrecada mais do que gasta. E o Barcelona recupera suas contas com dois superávit seguidos.
No Brasil, o cenário é oposto. Houve um déficit de R$ 432 milhões dos clubes nacionais, o maior em cinco anos, por conta dos gastos excessivos com o futebol. Apenas cinco times tiveram superávit, contra 19 que acumularam prejuízos.
Resultado: o Bayern anunciou que acabou de pagar o financiamento de seu estádio, o Real investiu quase € 200 milhões em jogadores (boa parte bancada por venda deles), e o Barça reduziu seu débito. A elite da Série A do Brasileiro viu sua dívida aumentar e ultrapassar R$ 3 bilhões.