sábado, 29 de novembro de 2014

Irmão de Mário Negromonte, ex-ministro de Dilma ´trambique`, diz que transportava 'envelopes' para Youssef

Fabiano Maisonnave - Folha de São Paulo


Um dos presos durante a sétima fase da Operação Lava Jato, Adarico Negromonte, 68, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, afirmou, em depoimento na Polícia Federal ao qual a Folha teve acesso, que entregava "envelopes fechados" a mando do doleiro Alberto Youssef, mas que desconhecia o seu conteúdo.

Libertado na sexta-feira (28) pelo juiz federal Sergio Moro, Adarico afirmou que trabalhava em São Paulo como motorista para Youssef por indicação do deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010. Ganhava R$ 1.500 por semana, mas não estava oficialmente registrado.

Ele disse que desconhecia as atividades criminosas de Youssef, a quem imaginava se tratar de um "empresário bem-sucedido". No trabalho, sua função principal era cuidar da manutenção dos carros e transportar pessoas.

OUTROS PERSONAGENS

Durante o período com Youssef, Adarico disse ter tido contato com outras pessoas citadas na Operação Lava Jato, como João Procópio Prado, outro funcionário do doleiro. Mas o único político citado foi o deputado paranaense.

"Ele respondeu a todas as perguntas", disse a advogada Joyce Rosen, que defende Adarico. Ela afirmou que seu cliente é réu primário, não tem curso superior e que, durante boa parte de sua vida, se mantinha com uma casa lotérica em Registro (SP).

Ao justificar a decisão de soltá-lo, Moro escreveu que Adarico tinha o papel de "subordinado, encarregando-se de transportar e distribuir dinheiro aos beneficiários dos pagamentos".