O blog termina novembro com 2,4 milhões de visualizações, uma marca expressiva que o coloca entre os mais visitados do país, de forma um tanto solidificada, mas que representa menos da metade das visitas de outubro, mês eleitoral:
Claro que uma boa queda na atividade era esperada, seja pela ressaca pós-eleitoral, especialmente com o resultado que tivemos e da forma que se deu, seja pela retomada do padrão mais normal, com outros temas de interesse competindo com política e economia, assuntos centrais deste blog.
Portanto, os quase 6 milhões de visitas recebidas em outubro foram um ponto fora da curva, sem dúvida, e isso era de se esperar. Mas não podemos esmorecer. Muitos leitores novos descobriram o blog durante e por conta das eleições. Manter parte dessa gente interessada no assunto político fora da época eleitoral é o grande desafio de quem quer mudanças.
Não podemos achar que apenas em um mês de debates eleitorais de dois em dois anos, ou quatro em quatro no caso majoritário, seremos capazes de reverter o quadro, de derrubar todas as falácias disseminadas pela máquina de mentiras do PT, explicar com bons argumentos o que é necessário para colocar o Brasil na rota do desenvolvimento sustentável.
A luta deve começar bem antes. O candidato derrotado nas urnas, Aécio Neves, escreveu um artigo na Folha hoje em que acusa a adversária vitoriosa de estelionato eleitoral, e de ter prestado enorme desserviço ao país por mentir tanto na campanha, apenas para fazer o contrário após reeleita. Esse tipo de engodo só passa porque o público se mostra desinteressado durante boa parte do tempo. Conclui o tucano:
Além do grave descalabro econômico e administrativo agora revelado, é assustador o que ocorre com a nossa maior empresa. Nos debates, ofereci várias oportunidades para a candidata oficial pedir desculpas aos brasileiros por ter tirado a Petrobras das páginas econômicas e a levado para o noticiário policial.
A situação, desde então, agravou-se de uma maneira jamais imaginada. A Petrobras hoje é um caso de polícia internacional. Não há mais como se desculpar.
Por outro lado, não deixa de ser simbólico o fato de a presidente ter se negado a participar do anúncio dos novos ministros da área econômica. É possível que ela tenha se sentido constrangida por correr o risco de se encontrar com a candidata Dilma Rousseff.
Os últimos 30 dias são uma amostra da situação real do Brasil e do que vem pela frente. E nos mostram por que não podemos nos dispersar.
Ele está certo. Se for possível usar este blog como termômetro do interesse do público pelos temas da economia e política (não sei como foram as visitas das páginas dos meus vizinhos virtuais ainda), então podemos concluir que o surto de interesse surgido na época eleitoral se esvaneceu, o que é preocupante. Afinal, a mensagem de Aécio é fundamental: não podemos nos dispersar!