Com R$ 3 bilhões, a gaúcha Bolognesi, de energia e infraestrutura, começará a construir em julho do próximo ano uma usina termelétrica a gás em Rio Grande (a 335 km de Porto Alegre).
O projeto começou a ser desenvolvido há quatro anos, mas dependia da comercialização antecipada de energia para sair do papel.
Na sexta (28), no leilão realizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a companhia vendeu o megawatt-hora por R$ 205,64.
"Já havíamos levado o projeto ao leilão de dezembro do ano passado, mas não tinha preço [que viabilizasse a construção do empreendimento]", diz o vice-presidente, Paulo Cesar Rutzen.
No certame de 2013, o governo federal havia fixado o preço-teto em R$ 150. Neste ano, passou para R$ 209.
"Esse valor acima de R$ 200 sinaliza que há uma intenção de fazer o setor de gás natural crescer", acrescenta o executivo.
"O preço definido no ano passado considerava que a usina seria construída em cima de poços de gás. Na verdade, o gás será importado do México, precisará ser liquefeito, transportado e regaseificado quando chegar ao Brasil. Isso torna o projeto mais caro."
O leilão também viabilizou a instalação de outra termelétrica da empresa no porto de Suape (PE). O empreendimento terá a mesma potência do de Rio Grande (1.200 MW cada um) e receberá um investimento um pouco inferior (R$ 2,8 bilhões).
A Bolognesi atua hoje com 15 usinas em operação. As duas termelétricas novas deverão começar a gerar energia em 2019.