quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Youssef, doleiro da quadrilha comandada por Lula e Dilma, recebe alta de hospital e volta para a prisão em Curitiba

Letícia Paris - O Globo

Acusado de participar de esquema de corrupção na Petrobras estava internado desde sábado com problemas cardiovasculares

O doleiro Alberto Youssef, que foi internado na tarde de sábado, no Hospital Santa Cruz, em Curitiba, recebeu alta na manhã desta quarta-feira. Por volta das 8h30, ele foi liberado pela equipe médica e saiu em viatura da Polícia Federal. Youssef seguiu para a carceragem da instituição na capital paranaense e permanece na Superintendência Regional, onde está preso desde março deste ano.

De acordo com os últimos boletins divulgados até a tarde de terça-feira, o doleiro passou por sessões de fisioterapia e vinha mantendo quadro clínico estável após sofrer uma forte queda de pressão no último fim de semana. Esta foi a terceira vez que o doleiro foi encaminhado a uma unidade hospitalar depois desde que foi preso.


O depoimento de Youssef na CPMI da Petrobras, inicialmente marcado para esta quarta-feira, foi cancelado pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da comissão. O parlamentar afirmou que, mesmo que o doleiro não estivesse internado, a dispensa de seu depoimento ainda teria acontecido.

Youssef foi preso durante a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que investiga corrupção e desvio de recursos da Petrobras. Ele fez uma cordo com a Justiça para delação premiada e tornou-se uma das principais testemunhas do processo, que trata de suposta distribuição de propinas ligadas à estatal para abastecer cofres de partidos, entre eles PT, PP e PMDB.

BOATO DE MORTE

Com a internação do doleiro às vésperas da eleição, cresceram nas redes sociais e na internet boatos sobre seu estado de saúde. No primeiro momento, circularam boatos, ainda na madrugada de domingo, de que o doleiro havia sido envenenado. Uma falsa notícia sobre sua morte começou a correr nas redes sociais e na internet na manhã de domingo, quando a votação já havia começado. Tanto o hospital como o próprio ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, tiveram de desmentir publicamente as falsas informações. Cardozo, aliás, disse que deve mandar investigar a origem e intenção dos boatos.

ENTENDA A LAVA-JATO

A Operação Lava-Jato foi deflagrada em 17 de março pela Polícia Federal (PF) para investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Na época, foram presas 24 pessoas, entre elas o doleiro Alberto Youssef. Os detidos foram acusados de participar de uma organização criminosa que tinha o objetivo de lavar R$ 10 bilhões oriundos de desvio de dinheiro público, tráfico de drogas e contrabando de pedras preciosas.