Se estivesse vivo, ícone da soul music completaria 75 anos
O Estado de S. Paulo
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Gaye no início dos anos 1970, quando gravou
'What's Going On'
Depois do grande sucesso de Sexual Healing, em 1982, que lhe rendeu dois prêmios Grammy, Gaye começou a ter crises depressivas e falava em suicídio. Ao se mudar para a casa do pai, o pastor Marvin Pentz Gaye Sr., os conflitos entre ambos se tornaram constantes. A última briga foi fatal. Um dia antes de completar 45 anos, o artista morreu com um tiro de espingarda disparado pelo pai. A arma foi presente do filho.
Gaye nasceu em Washington em 2 de abril de 1939. Como a maior parte de seus contemporâneos da Motown, começou cantando em igrejas. O pai, que tocava piano, era severo e batia no filho. Nos anos 1950, formou o quarteto vocal The Marquees. Após o fim do grupo se tornou músico de estúdio. Após conhecer o dono da Motown, Berry Gordy, lançou o primeiro single em 1961. Ele ficou 15 anos na gravadora.
Sua principal parceira no início da carreira era a cantora Tammi Terrel, com quem gravou vários duetos. Sua morte em 1970, aos 24 anos, deixou Gaye abalado e foi um dos pontos de inspiração de What's Going On, álbum no qual o inconformismo com o racismo e a violência policial dá o tom. Em 1985, a publicação inglesa New Musical Express o definiu como melhor álbum de todos os tempos.
Após sua morte, Gaye foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame, em 1987. Seus discos continuam a ser relançados, em edições especiais, boa parte delas contendo faixas extras. Rappers da nova geração, como Jay-Z, têm Gaye como uma de suas principais referências.