quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Soja ganha espaço do milho nos EUA

Mauro Zafalon  - Folha de São Paulo


Charlie Neibergall - 11.jul.2013/Associated Press
Máquina agrícola faz pulveriazação de soja, em Granger (EUA). *** FILE - This July 11, 2013, file photo shows Blake Beckett of West Central Cooperative as he sprays a soybean field, in Granger, Iowa. Faced with tougher and more resistant weeds, corn and soybean farmers are anxiously awaiting government decisions on a new version of a popular herbicide _ and on genetically modified seeds to grow crops designed to resist it. The Environmental Protection Agency is expected to rule in the fall of 2014 on Dow AgroSciences’ application to market Enlist, a new version of the 2,4-D herbicide that’s been around since the 1940s.(AP Photo/Charlie Neibergall, File)
Máquina agrícola faz pulverização de soja em Granger (EUA)


O Usda (Departamento de Agricultura dos Estado Unidos ) divulga nesta quinta (23) o primeiro informativo sobre oferta e demanda da safra 2017/18.

A soja ganha espaço na área de plantio, enquanto o milho perde. Na avaliação preliminar do Usda, a área de soja deverá crescer 700 mil hectares.

Já algumas estimativas de consultorias privadas apontam evolução de até 2 milhões de hectares.

Dados da Reuters apontam que o mercado indica uma área média de soja de 35,4 milhões de hectares na safra 2017/18,. Se esse dado se confirmar, terá um aumento de 1,7 milhão de hectares em relação à safra 2016/17.

O avanço da área de soja nos Estados Unidos pode não ser uma boa informação para os produtores brasileiros.

Mais uma safra recorde elevará ainda mais os estoques mundiais, influenciando os preços internacionais.

Já para o milho, a média de área apontada pelos analistas é de 36,8 milhões de hectares, uma queda de 1,2 milhão.

Daniele Siqueira, analista da AgRural, de Curitiba, afirma que esse crescimento da soja ocorre devido à maior atratividade do preço da oleaginosa em relação ao do milho nesta safra.

Na semana passada, a relação do contrato de novembro da soja apontava ganho de 2,57 em relação ao de dezembro do milho.

Ou seja, a soja valia 2,57 vezes o valor do milho. Com isso, a soja se torna mais atrativa.

Nesta quarta (22), a relação foi de 2,55 na Bolsa de Chicago. Há um ano, estava em 2,29, próximo da média de cinco anos, que é de 2,34.

Os preços da soja estão em patamares superiores ao esperado. Devido às safras recordes dos Estados Unidos e do Brasil previa-se um recuo maior do preço.

A Argentina, onde se esperava quebra de produção, poderá atingir 55 milhões de toneladas, um volume previsto inicialmente, mas que tinha sido reduzido para até 52 milhões de toneladas, devido a problemas climáticos.

A sustentação dos preços da soja vem também da demanda chinesa, que continua aquecida. Em janeiro, os chineses compraram 7,7 milhões de toneladas, um recorde para o período do ano.
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Rússia - A safra recorde de grãos permitiu ao país terminar janeiro com estoques de 40 milhões de toneladas. A safra da Rússia foi de 118 milhões de toneladas.

Exportações - Além da safra elevada, os russos também exportaram menos. As vendas externas do segundo semestre recuaram 3%, segundo dados do governo russo.

Milho - Alguns produtores do Vale do Araguaia (MT) plantaram milho na safra verão para cumprir acordos de entrega do cereal que não tinham conseguido cumprir no ano passado, quando a seca provocou queda de safra.

Arroz - Os negócios com o cereal seguem escassos. Compradores querem derrubar os patamares de preço do produto em casca, e os produtores não aceitam preços menores para o cereal, afirma Vlamir Brandalizze, da Consulting Brandalizze.