quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Brasil tem o 3º maior crescimento do Twitter em número de usuários

Divulgação
Fiamma Zarife, diretora geral do Twitter no Brasil
Fiamma Zarife, diretora geral do Twitter no Brasil


Filipe Oliveira - Folha de São Paulo

O Brasil foi o país em que o Twitter obteve seu terceiro maior crescimento em número de usuários em 2016.

O número de pessoas que usam o serviço ao menos uma vez por mês avançou 18% no país, na comparação entre o último trimestre de 2016 e o mesmo período de 2015

Enquanto isso, a rede teve média de crescimento global de 4%, chegando a marca de 319 milhões de usuários ativos por mês (a empresa não divulga o número atual de Brasileiros ativos no serviço).

A informação é de Fiamma Zarife, executiva que assumiu em janeiro o posto de diretora geral do Twitter no Brasil. Antes, ela comandava a área de relação com agências da empresa.

No país, também houve um aumento de 11% no número de pessoas que usam o Twitter diariamente e 151% nos engajamentos (como retuítes e respostas), na comparação entre o último trimestre do ano passado e o mesmo período de 2015, segundo a executiva.

A receita da empresa cresceu 30% no Brasil durante o ano de 2016. Mesmo em período de crise na economia daqui, o avanço também foi maior do que na média global, em que o crescimento foi de 14%.

Pressionado por investidores para que aumente sua base de usuários, o Twitter vem criando ferramentas que tentam facilitar a entrada com novos adeptos da plataforma.

A insatisfação com o rítmo de crescimento levou a mudança de comando da empresa no final de 2015, quando o cofundador Jack Dorsey reassumiu o posto de presidente da companhia, e gerou rumores de venda do Twitter para outras grandes empresas do setor de tecnologia no final de 2016
Zarife atribui o ganho de usuários no Brasil em grande medida à criação de ferramentas com esse objetivo de facilitação de uso, como o recurso "Moments" (que permite ver listas de postagens temáticas feitas a partir da curadoria de jornalistas, lançado no final de 2015).

Segundo ela, o recurso ajuda quem não segue muitas pessoas a encontrar conteúdo e foi adotado intensamente no Brasil.

Zarife também destaca a relação próxima da companhia com agências locais como responsável pelo incremento de receita –a empresa tem escritórios no Brasil há quatro anos.

TELEVISÃO

A executiva destaca que a proximidade com a televisão tem sido outro fator de crescimento especialmente importante para a empresa no Brasil.

A rede vem buscando parcerias com canais e vem sendo usada intensamente por usuários para comentar especialmente esportes e reality shows, como o Masterchef, da Band, e o Big Brother Brasil, da Globo.

"Antes, se tinha aquela coisa da TV no centro da sala e toda a família reunida ali para assistir televisão. A relação do twitter com a TV resgatou a coisa do assistir junto, dessa vez através da rede."

O Twitter também ampliou a participação de vídeos na plataforma. O último lançamento foi o Live 360º, para a veiculação de filmes que usam a tecnologia, no segundo semestre do ano passado (Facebook possui recurso semelhante).

NOTÍCIAS FALSAS

Em 2016, o Twiter passou a participar da First Draft Coalition, grupo também integrado por empresas da internet (como Google e Facebook) e veículos de comunicação (como "The New York Times" e Washington Post") para discutir a questão das notícias falsas na internet, tema que ganhou destaque desde a eleição do republicano Donald Trump nos EUA.

Zarife afirma que o Twitter não está imune a postagens de notícias falsas, mas diz acreditar que o funcionamento da rede não propicia a disseminação delas nem que ganhem grande repercussão.

Segundo ela, a velocidade com que mentiras são desmentidas no Twitter e a presença ativa de veículos de comunicação idôneos na linha do tempo dos usuários faz com que notícias falsas ganhem menos credibilidade na rede.

Isso porque, se os jornais não estiverem discutindo o mesmo assunto dos tuítes falsos, os usuários tendem a desconfiar das informações que essas postagens trazem.