terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Faturamento de distribuidoras de remédios cresce 11,5% em 2016

Maria Cristina Frias - Folha de São Paulo


As empresas que distribuem medicamentos a farmácias faturaram, em 2016, 11,5% mais que no ano anterior, segundo dados do IMS Health e da Abradilan, entidade que representa o setor.

O aumento, que não desconta a inflação do período (de 6,29%), ficou abaixo do desempenho de anos anteriores —em 2015, a receita das empresas avançou 18%.

Em 2016 foram distribuídos 936 milhões de unidades de medicamentos, uma alta anual de 7,2%.

Os dados não incluem grandes varejistas, como Raia e Drograria São Paulo —em geral, as redes têm suas próprias estruturas de logística, e usam as distribuidoras apenas para chegar a regiões mais remotas do país, afirma Aclair José Machado, diretor da associação.

"Nossas vendas são direcionadas a farmácias independentes, redes associativistas e distribuidoras regionais, que têm apresentado bom desempenho, apesar do avanço das grandes marcas no país."

A inadimplência, que foi maior para as empresas que entregam a governos, também cresceu em 2016 para as distribuidoras do setor privado, mas os problemas foram pontuais, afirma. "O número de contratos cortados foi pequeno."

Neste ano, as companhias projetam um desempenho próximo das taxas anteriores à crise econômica, com uma alta de 15% do faturamento.

*


Educação em discussão

Acesso restrito

As mudanças de regras do Fies, em análise pelo MEC (Ministério da Educação), não vão resolver o problema da democratização do acesso de pessoas vulneráveis ao ensino superior, diz o reitor da faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente.

"Essas ponderações foram colocadas [ao governo]. Vamos penalizar aqueles que sempre foram punidos."

A exigência de que o aluno faça 450 pontos no Enem para participar do programa torna o processo elitizante, segundo ele. "Só cumpre o requisito quem se preparou para isso, que não são os da rede pública de periferia."

Uma das propostas é criar recortes de pontuação, com níveis mais baixos para os estudantes que vêm de escolas públicas.

"Entendemos o Fies como programa para aqueles mais necessitados, que sem ele não conseguiriam acessar. Essas medidas confrontam essa visão", afirma.

1.300
são os estudantes da instituição, cerca de 90% deles vindos do ensino público
5%
é a taxa de participantes do Fies da faculdade, percentual que se manteve estável


Keiny Andrade/Folhapress
Sao Paulo - 24.02.2017 - MERCADO ABERTO - Retrato do reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, Prof. Dr. Jose Vicente. Foto: KEINY ANDRADE/FOLHAPRESS
José Vicente, reitor da faculdade Zumbi dos Palmares
*

Sem abuso

A reanálise do Fies é necessária para que o programa seja sustentável, avalia Daniel Castanho, presidente do grupo Anima, do qual fazem parte marcas como São Judas e Unibh.

"A maneira como foi feito [o programa], com falta de critério e de transparência, fez com que instituições abusassem desse 'dinheiro fácil'. O objetivo foi deturpado, e agora é preciso fazer uma reavaliação", diz.

Uma redução da nota mínima do Enem, no entanto, seria um ajuste inócuo, segundo o executivo.

"A escolha tem de ser feita pelos melhores alunos. Como hoje os recursos são mais limitados, a nota de 450 é baixa. O melhor aluno, mesmo da pior instituição, consegue atingir."

Entre os 81,3 mil alunos de graduação presencial do grupo, 35% participam do Fies, aponta o relatório mais recente da empresa, do terceiro trimestre de 2016. 

Há um ano, a taxa era de 38,7%.


93,2 MIL
são os alunos do grupo, incluindo graduação, pós, ensino básico e a distância

R$ 230,3 MILHÕES
foi a receita líquida no 3º trimestre de 2016

Karime Xavier/Folhapress
SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL - 06 /05/15 -15 :00h - O presidente da Anima Educação, Daniel castanho. A empresa que é dona de universidades como São Judas e UniBH.. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***MERCADO
Daniel Castanho, presidente do grupo Anima
*

O olho que tudo vê

A empresa de segurança Gocil investirá US$ 5,75 milhões (R$ 17,6 milhões) em uma plataforma para integrar os seus produtos.

O objetivo é monitorar, de forma conjunta, soluções que hoje funcionam isoladamente, como sistemas de TV e de alarme, diz o diretor-executivo César Leonel.

"A expectativa neste ano é crescer 5%, muito em razão das mudanças internas, porque o resultado concreto de uma retomada econômica só aparecerá em 2018."

Mesmo com a redução de custos por parte dos clientes, a receita da empresa em 2016 foi de R$ 1,2 bilhão, igual à do ano anterior.

"Não crescemos, mas consideramos positivo não ter perdido tamanho em um ano tão difícil", afirma.


R$ 1,2 BILHÃO
foi o faturamento no ano passado
20 MIL
são os funcionários
700
são os municípios em que a empresa está presente
*
Hora do Café
Tiago Recchia/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 28.fev.2017
com FELIPE GUTIERREZTAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI