quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Nova fase da Lava-Jato mira operadores financeiros que atuaram em desvios na Petrobras


Movimentação de chegada de equipes na porta da PF durante cumprimento da Operação Blackout, 38ª fase da Lava-jato - Marcia Foletto / O GLOBO


Com o Globo


Foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva no Rio


A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira de manhã mais uma fase da Operação Lava-Jato. Foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva no Rio contra operadores financeiros que atuaram em desvios de verbas na Petrobras. A nova etapa, a 38ª, foi denominada de Blackout é uma referência ao sobrenome de dois dos operadores financeiros do esquema: Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho respectivamente. Eles não foram encontrados em casa e a polícia já trabalha com a hipótese de estarem fora fo país.

Registros de reuniões ocorridas na Petrobras, obtidos pelo MPF, mostram Luz ao lado do também operador Fernando Baiano com o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró.

A Mercedez-Benz dirigida por Luz ocupava, por muitos anos, frequentemente vaga no estacionamento reservado para diretores.

Com bom trâmite entre políticos do PMDB, PT e PP, Luz criava oportunidades de bons negócios para empresas nacionais e multinacionais e, em troca, receberia uma comissão, a ser dividida com parlamentares do esquema.

Em operações já descritas na investigação, ele chegou a fechar contrato direto de uma de suas empresas, a Gea Projetos, com a diretoria de Abastecimento, então gerida por Paulo Roberto Costa, delator da Lava-Jato, no valor de R$ 5,2 milhões. Costa disse que só foi mantido diretor, no 2º mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, por intermédio de Luz, a pedido do PMDB.

Personagem pouco explorado na operação, Luz é descrito como inteligente e discreto. Há poucos registros de imagens recentes e de bens em seu nome, a maioria é em nome de filhos e irmãs.


O operador financeiro e lobista Jorge Luz - Rprodução


Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro. Os presos serão trazidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.