sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Hispânicos responderam por mais da metade das vagas geradas desde 2007 nos EUA


Abel Flores,30, cuts a piece of wood for the construction of a house in Mt. Pleasant, Texas on Friday March 31. Flores is the co-owners of FLores Construction in the small East Texas, and also with his brother Mario Urista Flores has constructed over 10 single family homes in 3 years of business. All of the homes raning in the $ 70,000 have been purchased by Hispanic families in Mt. Pleasant. Mario Villafuerte/Bloomberg News - Mario Villafuerte/Bloomberg News


Lucianne Carneiro - O Globo


Grupo, no entanto, ainda tem taxa de desemprego maior que a dos brancos


Apontados pelo presidente Donald Trump como os vilões dos empregos nos Estados Unidos, os trabalhadores hispânicos responderam por mais da metade (56%) das vagas criadas no país entre 2007 e 2016, mas ainda têm taxa de desemprego muito acima daquela dos brancos.

Os dados sobre a geração de vagas vêm de levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa do Ciclo Econômico (ECRI, na sigla em inglês). O ganho maior dos hispânicos dos novos postos de trabalho criados ocorreu apesar da pequena participação deles na força de trabalho (cerca de 14%).

Um terço (29%) das novas vagas foi destinada a asiáticos — que representam apenas 5% da força de trabalho — e um quarto (25%) foi para negros — com parcela de 11% entre os trabalhadores. Já os brancos, que eram 81% da força de trabalho, tiveram perda de 9%. A pesquisa pode implicar em dupla contagem em alguns casos (a mesma pessoa ser considerada branca e hispânica).

— A economia americana cresceu e gerou empregos, mas foram principalmente aqueles de menor qualificação. São vagas nos setores de limpeza, construção, segurança... Mas é um tipo de emprego que geralmente o americano não quer. Com isso, os trabalhadores hispânicos conseguiram se colocar no mercado de trabalho. — afirma o professor da FEA/USP Simão Davi Silber, que acompanha a economia americana.

DESEMPREGO MAIOR

O documento do Departamento de Trabalho dos EUA divulgado ontem mostrou que os hispânicos enfrentam taxas maiores de desemprego que a média da população e que os brancos. A taxa média foi de 4,8% nos EUA em janeiro, mas entre brancos o desemprego era de 4,3% e, entre hispânicos, era de 5,9%. A taxa pouco mudou nos últimos meses.

— Os EUA estão muito próximos do pleno emprego, a economia está muito aquecida. Mas hispânicos ainda têm mais dificuldade de inserção no mercado — diz Silber.

Os investimentos de US$ 1 trilhão em infraestrutura anunciados pelo Trump devem ajudar, segundo o professor, a construção civil, o que deve favorecer a criação de postos de trabalho no setor, o que em última instância tende a beneficiar os trabalhadores hispânicos.