Simone Iglesias - O Globo
Oficialmente sondado pelo presidente Michel Temer para assumir o cargo de ministro da Justiça, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso passou a resistir à ideia. Depois de ter conversado ao telefone algumas vezes com o peemedebista e ter se reunido com Temer no Palácio do Planalto na última segunda-feira, o governo considerava o assunto como praticamente resolvido.
No entanto, no decorrer desta semana, Velloso começou a sinalizar a Temer dificuldades para assumir a missão. Aos 81 anos, sendo 40 deles de vida pública, ouviu ponderações da família de que deveria manter a atuação privada. Além das questões familiares, Velloso tem como clientes empresas que sinalizaram que, caso ele se afaste do escritório, procurarão outro advogado.
Apesar das ponderações, Temer tem a expectativa de que o ex-ministro do STF aceite o convite. Eles devem conversar ainda hoje por telefone para que se bata o martelo. O presidente está em São Paulo.
Se Velloso não aceitar o convite, segundo um auxiliar presidencial, a definição começará "do zero". Isso porque o advogado Antonio Cláudio Mariz, cotado para a Secretaria Nacional de Segurança, não é cotado para o cargo de ministro.
— Mariz está totalmente descartado para virar ministro da Justiça desde maio do ano passado— disse um auxiliar de Temer, lembrando a repercussão negativa da posição do advogado sobre a Operação Lava-Jato.
Apesar de ser dado como carta fora do baralho, Mariz é amigo pessoal de Temer, com quem conversará nesta sexta-feira, em São Paulo