Ontem, a moeda americana fechou com depreciação de 0,77%, a R$ 3,198, menor valor desde 8 de novembro, pressionada por um fluxo moderado de investimentos estrangeiros e pelo anúncio de uma emissão de bônus da Petrobras para recompra de US$ 2 bilhões.
No Brasil, os investidores observam a reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central, que começa hoje e termina amanhã, com anúncio da meta para a taxa Selic, referência para juros no Brasil, que deve sofrer corte de, ao menos, 0,5 ponto percentual - alguns agentes revisaram as expectativas para redução de 0,75 ponto percentual após resultados fracos da atividade econômica. Também amanhã sai o resultado fechado do IPCA.
O BC não anunciou intervenções no mercado de câmbio - a última foi em 13 de dezembro. Mas o Tesouro fará leilão de até 1,65 milhão de NTN-B com vários vencimentos.
A ansiedade em relação ao futuro do Reino Unido, em processo de retirada da União Europeia, e às diretrizes da política econômica de Donald Trump dão o tom aos mercados hoje. Os investidores abriram os negócios com apetite por risco, após a queda, ontem, de quase 4% do petróleo — a maior desvalorização diária em seis semanas, puxada pelo anúncio de aumento das reservas do Irã e da produção americana. Hoje, a commodity recupera parte do terreno, com valorização de 0,7%.
Com a alta de 2,19% do minério de ferro no porto de Qingdao, a US$ 77,73, a mineradora Vale tem alta de 4% nas ações On (ordinárias, com direito a voto). Petrobras se recupera após o declínio de ontem e avança 2,3% nas ON e 1,8% nas PN (preferenciais, sem voto).
Na Europa, aos principais índices operam em alta. Em Londres, o FTSE 100, com valorização de 0,38%, chegou à máxima histórica, com a libra esterlina se recuperando, após tombar ao menor patamar desde o plebiscito do Brexit. O DAX, de Frankfurt, ganha 0,15%. Em Paris, o CAC 40 oscila 0,05% no campo positivo.
A expectativa é pelo pronunciamento de Trump, que assume na Presidência dos Estados Unidos no próximo dia 20, após uma campanha eleitoral em que prometeu crescimento econômico e fortalecimento do dólar, com indicações de que adotará uma política econômica inflacionária. Diante do acento, os investidores temem que o Fed eleve mais os juros do que se esperava. “Os mercados estão cada vez mais nervosos em relação à entrevista coletiva que Donald Trump concederá amanhã. Para os mercados de câmbio, será particularmente importante verificar quais são os planos dele para a política de comércio exterior, para as rerlações com a China”, disse Esther Reichelt, estrategista de câmbio do Commerzbank em Frankfurt.
Na Turquia, a lira caiu 1,5% chegou a mínima histórica contra o dólar, enquanto o Parlamento debate emendas constituicionais que dariam ao presidente Recep Tayyip Erdogan amplos poderes e poderiam limitar os equilíbrios de poder. Nesta manhã, a cotação foi a 3,7779 por dólar, contra 3,63 da véspera. Desde o início do ano, a moeda acumula depreciação de 7%.
Na China, o dia foi de realização de lucros, após uma recente alta forte alimentada por expectativas de reformas. Em Xangai, o SSEC perdeu 0,29%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,83%. Em Tóquio, o Nikkei recuou 0,79%.