domingo, 22 de janeiro de 2017

Casa Branca: Ataques da mídia serão combatidos com 'unhas e dentes'


Presidente Donald Trump comparece a cerimônia religiosa um dia após tomar posse; republicano foi acompanhado da primeira-dama, Melania Trump, do seu vice, Mike Pence, e da sua mulher, Karen Pence - CARLOS BARRIA / REUTERS


Reuters


WASHINGTON — A Casa Branca afirmou, neste domingo, que irá lutar "com unhas e dentes" contra os meios de comunicação para combater o que os funcionários veem como ataques injustos ao presidente dos EUA, Donald Trump. O tom utilizado pelo governo pode fazer com que o relacionamento — já tradicionalmente conflituoso — entre imprensa e o recém-empossado presidente adquira um um novo nível de rancor. Desde a campanha presidencial, o republicano chama a mídia de desonesta e acusou repetidamente os jornalistas de manipularem informações contra a sua candidatura.

No sábado, Trump usou sua primeira visita à sede da CIA para acusar a mídia de subestimar o tamanho do público em sua cerimônia de posse. E, neste domingo, o chefe de Gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, expressou indignação por reportagens que classificou de ataques ao republicano. No dia anterior, várias manifestações anti-Trump tomaram várias cidades do país e do mundo.

— A questão não é o tamanho da multidão. A questão são os ataques e a tentativa de deslegitimar esse presidente em um dia, e não vamos aceitar isso — disse Priebus à "Fox News Sunday".

Priebus também reclamou de uma reportagem que afirmava que o busto de Martin Luther King Jr. tinha sido removido do Salão Oval. A publicação, que foi ao ar na noite de sexta-feira, foi rapidamente corrigida, mas Trump chamou o repórter pelo nome em seu discurso na CIA, no sábado.

— Nós vamos lutar com unhas e dentes todos os dias [contra alegações semelhantes] — prometeu Priebus.

O chefe de Gabinete também repetiu as acusações feitas pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, de que a mídia manipulou fotografias do National Mall para mostrar uma multidão menor na cerimônia de posse de sexta-feira.

COMPARAÇÃO COM POSSE DE OBAMA E MARCHA DAS MULHERES

Fotografias aéreas mostram que a multidão para a posse de Trump foi menor do que a de 2009, quando Barack Obama, o primeiro presidente negro do país, tomou posse.

A inesperada alta participação na marcha das mulheres em Washington, no sábado, também foi maior do que a da posse do milionário, de acordo com a análise de cientistas especializados em contagem de população. O sistema de metrô de Washington informou que 275 mil passageiros entraram até as 11h (14h no horário de Brasília).

O metrô também divulgou que, na sexta-feira, 193 mil usuários haviam passado pelo sistema até as 11h, em comparação com 513 mil que usaram o meio de transporte até as 11h no dia da posse de Obama, em 2009.