sexta-feira, 4 de maio de 2018

Cangurus viciados em cenouras atacam turistas em parque da Austrália

Cangurus fotografados na propriedade do Departamento de Defesa australiano em Belconnen, Canberra
Cangurus fotografados na propriedade do Departamento de Defesa
australiano em Belconnen, Canberra - Stefan Postles/Reuters

Reuters

MELBOURNE
Cangurus de um parque na costa leste da Austrália estão deixando os visitantes com sérios machucados.
Alguns turistas que visitam Lake Macquarie, cidade que fica a duas horas de viagem de trem a partir de Sydney, estão ignorando os alertas de segurança e alimentando os animais com cenouras e alimentos industrializados para deixá-los mansos antes de fotos.
Esses alimentos, porém, não fazem parte da dieta comum dos cangurus, composta basicamente por gramíneas, além de terem alto nível de açúcar.
“É possível que tenham viciado no açúcar, e por isso ficam agitados quando veem pessoas indo em direção a eles, pensando que estejam levando esses alimentos”, disse à Reuters a nutricionista Michelle Shaw.
Os ataques se tornaram comuns no parque Morisset, onde os animais vivem livres e podem ser observados gratuitamente. Por semana, o lugar atrai 2.000 visitantes, que aproveitam o passeio para fazer piqueniques também.
Uma agência de viagens postou em sua página no Facebook uma série de fotos de ataques presenciados no parque. Em uma delas, o canguru dá um chute em um visitante, e em outras, são mostrados arranhões feitos em rostos e barrigas de outros turistas.
“Os cangurus podem ficar agressivos sem motivo aparente, mas é provável que em 90% das vezes que isso acontece é com pessoas que tentam alimentá-los”, disse à Reuters o guia turístico Shane Lewis, que atua na região.
Apesar dos ataques, o parlamentar Greg Piper disse que os cangurus devem continuar como a principal atração para os turistas estrangeiros.
“O máximo que podemos fazer é educar as pessoas sobre os riscos”, disse. Algumas dessas medidas foram instalar novas placas de alerta e divulgar um vídeo nas redes sociais com as regras de comportamento. Outras propostas incluem espalhar placas de alerta em pelo menos seis idiomas.