O Globo
Na semana passada, dados do IBGE, que mostraram contração de 0,6% no 2º trimestre
Analistas do mercado financeiro reduziram, pela 14ª vez consecutiva, a previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano. Segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, a nova projeção é de alta de apenas 0,52% em 2014, bem menor que a expectativa de 0,70% da semana passada.
O relatório é o primeiro a sair após o IBGE divulgar o resultado do PIB do segundo trimestre, que não só mostrou contração de 0,6% no segundo trimestre, mas também revisou o dado relativo aos primeiro trimestre, que ficou negativo em 0,2%. As duas quedas seguidas caracterizaram a chamada recessão técnica.
Os números decepcionaram ainda mais os analistas, que já estavam pessimistas em relação à economia do país. Na quinta-feira, antes da divulgação dos dados do IBGE, a mediana das projeções indicava alta de 0,69%. Na sexta-feira, a estimativa caiu para os 0,52% reveleados nesta segunda. O resultado ruim também influenciou as projeções dos economistas para o ano que vem. Agora, a previsão é de alta de 1,1% (frente a 1,2% apontada na semana passada).
A previsão para a indústria, um dos setores que mais pesou sobre a queda do PIB no segundo trimestre, teve leve alta, mas permaneceu negativa em 1,7%. Para o ano que vem, a expectativa é de alta de 1,7%.
Em relação à inflação, a estimativa dos economistas permaneceu a mesma. A previsão é que o IPCA feche o ano em 6,27%. Para 2014, a mediana das projeções subiu levemente, de 6,28% para 6,29%.
Também não houve alteração da projeção para a taxa de juros deste ano, que foi mantida em 11% ao ano. Já para o ano que vem, a mediana das previsões subiu para 12% ao ano. Nas últimas semanas, as estimativas para a Selic de 2015 têm oscilado entre 11,75% e 12% ao ano, influenciadas principalmente pelas projeções para a alta de preços do ano que vem.