segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Otimismo com Previdência faz Bolsa fechar acima de 94 mil pontos pela 1ª vez

Após uma manhã em que predominou o mau humor externo, devido aos dados fracos da balança comercial chinesa, os ativos domésticos tiveram sensível melhora na parte da tarde, levando o Ibovespa a bater mais um recorde, fechando esta segunda-feira aos 94.474,13 pontos, em alta de 0,87%, apesar do resultado negativo das Bolsas americanas. No mercado de câmbio, o dólar fechou o dia aos R$ 3,7011, em queda de 0,33%.
O motivo do bom humor são as perspectivas positivas sobre o avanço da reforma da Previdência. A equipe econômica deve apresentar a proposta ao presidente Jair Bolsonaro nesta semana, e o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, se reuniu na sexta-feira com os especialistas que vão integrar o conselho consultivo que será criado pelo governo para discutir as mudanças nas regras de pensão e aposentadoria do País.
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O investidor segue atento a novidades sobre a futura reforma
da Previdência do governo. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Na Bolsa, o giro financeiro foi de R$ 13,7 bilhões. Durante o pregão, o Ibovespa foi sustentado pelo desempenho de ações do bloco financeiro que, inclusive, encerraram nas máximas: Itaú Unibanco PN subiu 0,74%, a R$ 37,88, Bradesco PN avançou 1,18%, a R$ 41,99, e Banco do Brasil ON ganhou 2,32%, a R$ 49,83. Também influenciaram positivamente as ações da Sabesp ON (5,34%) e de outras empresas estatais diante das perspectivas de privatização. Já a desvalorização das cotações do petróleo no mercado internacional pesou sobre as ações da Petrobrás, que encerraram em baixa de 0,35% (ON) e 0,56% (PN).
O Goldman Sachs afirmou estar otimista com o Brasil e vê ainda potencial adicional de valorização do real. "Investidores céticos parecem ser a minoria no momento", ressaltou o banco americano.

No âmbito externo, o presidente americano, Donald Trump, afirmou acreditar que o país será capaz de fechar um acordo comercial com a China, o que tirou pressão sobre o câmbio aqui e em outros países emergentes. Além disso, a confirmação dos EUA de que medidas foram tomadas para evitar que a paralisação do governo americano prejudique as negociações com a China, levou os índices acionários em Wall Street a reduzirem perdas, também ajudando o Ibovespa. Entretanto, a votação desta terça-feira do acordo do Brexit no Parlamento britânico continuou pesando sobre os mercados lá fora.

Simone Cavalcanti e Altamiro Silva Junior, O Estado de S.Paulo