Três empresas brasileiras entraram no ranking global das 250 maiores varejistas que a consultoria Deloitte organiza. É a primeira vez que há essa quantidade de companhias do país na lista.
As Lojas Americanas, o Magazine Luiza e a RaiaDrogasil foram as listadas.
O Brasil está em uma lenta recuperação de sua pior recessão da era moderna, e não é clara qual será a direção da mudança que virá com o governo Bolsonaro, segundo o relatório da Deloitte.
“Não foi um ano de boom e, por isso, haver três empresas é significativo. Essas são líderes dos setores em que atuam”, diz Reynaldo Saad, sócio da consultoria.
O Magazine Luiza ganhou cerca de dois pontos percentuais do mercado de duráveis graças a uma estratégia de priorizar a digitalização combinada com o varejo físico, de acordo com Frederico Trajano, diretor-executivo da empresa.
“Houve processo de concentração. É como uma seleção natural: durante crises, empresas bem administradas ganham espaço. A recessão machuca quem tem problemas de liquidez, os custos aumentam etc.”
A RaiaDrogasil teve alta no faturamento em decorrência de um plano de expansão, segundo Eugênio de Zagottis, vice-presidente de planejamento da companhia.
“Nós temos aberto lojas a um ritmo de 240 por ano. Acabamos 2018 com mais de 1.800. As unidades têm entregado bons resultados e com isso aumenta a receita.”
Indústria têxtil prevê alta de 25% nos investimentos em 2019
O setor têxtil deverá aumentar em 25% os investimentos feitos em 2019, na comparação com 2018, segundo estimativa da Abit (associação da indústria).
A maioria dos aportes, porém, deverá ser utilizada em modernização e ganhos de eficiência nas empresas, de acordo com Fernando Pimentel, presidente da entidade.
“Pode ser que tenhamos algum segmento ou fabricante com planos de expansão, mas ainda há muita capacidade ociosa.”
A projeção da indústria é de crescimento de 3% se reformas como a da Previdência forem aprovadas. As varejistas deverão crescer perto de 4%, diz Pimentel.
“Há uma maior intenção do varejo de aportar em novas lojas e reformas neste ano”, afirma Edmundo Lima, presidente-executivo da ABVTex (das grandes redes de moda).
“Estamos há três anos com muita busca por ganhos operacionais. As estruturas estão bastante enxutas, então, com a retomada de consumo, a expectativa de investimento tende a ser maior em 2019.”
Frango paranaense
A cooperativa agroindustrial Copacol, sediada no Paraná, vai aportar R$ 285 milhões neste ano, segundo o presidente da entidade, Valter Pitol.
A maior parte dos investimentos é financiada pelo BNDES. O principal deles será na construção de um centro de distribuição na região de Cafelândia (PR). O local será inaugurado no fim de 2019 e demandará R$ 120 milhões.
“Usaremos para o armazenamento de aves e peixes, principalmente. A capacidade de estocagem será de 15,5 mil toneladas”, afirma Pitol.
A cooperativa aplicará R$ 60 milhões na construção de uma granja multiplicadora de matrizes de suínos e R$ 30 milhões na instalação de uma unidade de recebimento de cereais, também em Cafelândia.
O restante dos recursos será usado no abatedouro de aves da Copacol e na fabricação de péletes, pequenos cilindros de madeira usados no aquecimento dos aviários.
A entidade, que prevê crescer 8% neste ano, abate 550 mil aves diariamente e exporta 45% de sua produção.
R$ 3,84 bilhões
foi o faturamento em 2018
foi o faturamento em 2018
Sorriso do interior
A Dentsply Sirona, empresa de produtos odontológicos, como equipamentos e insumos, vai aumentar o número de itens fabricados em suas fábricas em Pirassununga (SP), segundo o vice-presidente na América Latina, Rodrigo Canelhas.
“Nós inauguramos há um ano nossa segunda planta no país e investimos cerca de R$ 40 milhões nos últimos três anos. Serão mais R$ 35 milhões em 2019 em novas linhas de produção e tecnologia fabril.”
Cerca de 40% do que é vendido para distribuidores e dentistas é fabricado nacionalmente.
“Nossa vendas internas representam 70%, e a exportação, 30%. Essa última fatia deverá crescer porque o aporte na fábrica também é pensado para [atender] o mercado global”, diz ele.
A subsidiária brasileira do grupo representa 65% de todas as vendas na América Latina, afirma Canelhas.
US$ 4 bilhões
(R$ 14,9 bilhões) é o faturamento anual do grupo
(R$ 14,9 bilhões) é o faturamento anual do grupo
800
são os funcionários no Brasil
são os funcionários no Brasil
Fábrica animal
A Pet Society, fabricante de produtos para higiene e estética de animais, vai investir R$ 20 milhões em uma nova fábrica e US$ 1 milhão (cerca de R$ 3,7 milhões) em registros para atuar no mercado dos Estados Unidos.
A unidade de produção ficará em Guarulhos (SP), segundo a sócia Marly Fagliari.
“A planta atual não comporta mais as nossas necessidades, e queremos investir em uma entrada nos EUA. A nova unidade terá o dobro da capacidade”, afirma.
Ela vendeu parte de sua fatia em uma outra empresa, a Cosmotec, para financiar a fábrica de produtos para animais de estimação.
“Esse é um mercado que sofre pouco com recessões.”
No sul O grupo TVH, atacadista de peças de reposição para máquinas industriais e agrícolas, vai investir R$ 10,5 milhões na abertura de um centro de distribuição em Araquari (SC).
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