A Polícia Federal do Paraná e a Força-Tarefa da Lava-Jato deram parecer contrário a saída do ex-presidente Lula da cadeia no Paraná para comparecer ao enterro do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto nesta terça-feira vítima de um câncer .
A PF disse que não têm condições de atender pedido da defesa do ex-presidente em razão de falta de efetivo policial e de aeronaves.
Agora, a decisão final caberá a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução penal de Lula. A possibilidade de presos deixarem a cadeia em caso de morte de parentes é garantida pelo artigo 120 do Código de Execução Penal.
Em ofício, o superintendente Luciano Flores alegou "indisponibilidade de transporte aéreo em tempo hábil" para a chegada do petista a tempo da cerimônia, prevista para ocorrer na tarde desta quarta-feira em São Bernardo do Campo.
Já os procuradores afirmaram que, em vídeo publicado em redes sociais, o senador Lindberg Farias convocou a militância do PT a ir a São Bernardo do Campo e que o espaço será importante para repudiar o que chama de perseguição ao ex-presidente.
Segundo o delegado, Curitiba não tem aeronave disponível. Um avião então teria que vir de Brasília para Curitiba a partir das 6h. Em seguida, partiria para o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Flores estimou que esse tempo de deslocamento levaria, no mínimo, seis horas. Em seguida, seria necessário fazer o deslocamento do petista até o cemitério de São Bernardo do Campo, o que exigiria mais duas horas.
O delegado informou ainda que os helicópteros da Polícia Federal foram deslocados para o auxílio da tragédia de Brumadinho, o que elevaria o risco da operação, já que o ex-presidente teria que se deslocar por terra e poderia haver dificuldade em razão de manifestações de apoiadores ou detratores.
Disse ainda que a Polícia paulista foi consultada e que não teria efetivo policial suficiente para garantir a ordem pública no local.
Gustavo Schmitt e Cleide Carvalho, O Globo