terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Bolsonaro será centro de jantar sobre América Latina em Davos

Com Guedes, Moro e Araújo, presidente participa do Fórum Econômico Mundial na próxima semana



O presidente Jair Bolsonaro deve ser a figura de destaque em um jantar oferecido pelo Fórum Econômico Mundial na noite do próximo dia 23 em Davos, no evento anual que reúne a elite econômica e política mundial no resort nos Alpes suíços.
Além de Bolsonaro, o jantar fechado para convidados reunirá os presidentes Iván Duque (Colômbia), Lenín Moreno (Equador), Martín Vizcarra (Peru) e Carlos Alvarado Quesada (Costa Rica), com apresentação do CE da Microsoft, Satya Nadella, sob o tema “Um futuro centrado em humanos para a América Latina”.
Por ora, não constam, ainda, outros eventos na agenda oficial do brasileiro ou do fórum, mas é esperado que ele faça um dos discursos principais do evento, que começa na noite da próxima segunda-feira (21) e termina na sexta (25).
A organização do fórum divulgou nesta terça (15) detalhes da 49ª edição do evento criado por Klaus Schwab para debater os rumos da economia e política global. Além de Bolsonaro, cerca de 60 chefes de Estado ou governo estarão presentes na cidade suíça, incluindo os premiês do Japão, Shinzo Abe, e de Israel, Binyamin Netanyahu, que acaba de se reunir com Bolsonaro no Brasil
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel e os primeiros-ministros da Itália, Giuseppe Conte, e da Espanha, também participarão, além do presidente da África do Sul, Cyril Rapaphosa, e do vice-presidente da China, Wang Qishan. O secretário-geral da ONU, António Gutérres, o diretor-presidente da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional estão entre os convidados.
O príncipe William, do Reiuno Unido, é aguardado, mas a primeira-ministra Theresa May, às voltas com o enrosco do “brexit”, ficará de fora do evento.
O mesmo ocorrerá com o francês Emmanuel Macron, o americano Donald Trump e o argentino Mauricio Macri, estrelas da edição do ano passado e agora às voltas com suas próprias crises domésticas.
Bolsonaro deve embarcar para Davos na noite deste domingo (20). Ainda não está confirmado se ele se instalará na cidade alpina de 11 mil habitantes ou em Zurique, como fez Michel Temer em 2018.
O presidente viaja com os superministros Paulo Guedes (Economia) e Sérgio Moro (Justiça), que já tem em sua agenda dois painéis: um na manhã de terça (22), “Restabelecendo a Verdade e a Integridade), no qual é a figura central, e outro na tarde de quinta sobre Crime Globalizado.
Além dos superministros, estão na lista do Fórum para a delegação brasileira o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, o chanceler Ernesto Araújo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e representantes de Petrobras e Eletrobras. 
O Planalto também considera a participação do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, que tem auxiliado o presidente em questões de relações exteriores.
Em seu discurso, Bolsonaro pretende abordar a abertura do Brasil ao comércio e as negociações bilaterais, além de tratar do Mercosul.
A mudança de governo no Brasil atrai atenção entre mais de 3.000 participantes do evento, vindos de 119 países, entre políticos, executivos, empresários, ativistas, acadêmicos, empreendedores, artistas e jornalistas. 
Estão programadas cerca de 350 sessões ao longo de quatro dias sob o tema geral “Globalização 4.0: Moldando uma Arquitetura Global na Era da Quarta Revolução Industrial”.
No ano passado, a presença de Temer após um hiato sob o governo de Dilma Rousseff (2010-16) era aguardada. Acabou ofuscada pela presença de Trump (que subiu ao palco com uma fanfarra), Macron, Merkel, May, Macri e do canadense Justin Trudeau, um recorde. ​
Neste ano, com a agenda dominada por temas como ambiente, direitos humanos e migrações, o discurso do presidente brasileiro pode soar fora de sincronia com o da elite global reunida em Davos, embora as expressões “abertura para investimentos” e “liberalização” costumem ser suficientes para garantir aplausos dos presentes. 
Nesse caso, Bolsonaro e sua entourage devem ser cobrados por uma questão no centro dos interesses dos investidores globais: a reforma da Previdência.
Schwab fala diante de um letreiro azul com o logo do fórum
Klaus Schwab, fundador e diretor-executivo do F[orum Econômico Mundial em Davos, detalha a 49ª edição do evento, que começa na próxima semana na cidade suíça - Denis Balibouse/Reuters

Veja a lista de chefes de Estado e governo participantes divulgada pelo Fórum Econômico Mundial:
Mohammad Ashraf Ghani, presidente do Afeganistão
Nikol Pashinyan, primeiro-ministro da Armênia
Sebastian Kurz, chanceler da Áustria
Ilham Aliyev, presidente do Azerbaijão
Charles Michel, primeiro-ministro  da Bélgica
David Burt, primeiro-ministro de Bermudas
Denis Zvizdić, presidente do Conselho de Ministros da Bósnia-Herzegovina
Mokgweetsi Eric Keabetswe Masisi, presidente de Botsuana
Jair Bolsonaro, Presidentof Brazil
Boyko Borissov,   primeiro-ministro da Bulgária
Iván Duque, presidente da Colômbia
Carlos Alvarado Quesada, presidente da Costa Rica
Andrej Plenković, primeiro-ministro da Croácia
Andrej Babis, primeiro-ministro da República Tcheca
Lars Løkke Rasmussen, primeiro-ministro da Dinamarca
Lenin Moreno Garcés, presidente do Equador
Mostafa Madbouli, primeiro-ministro do Egito
Jüri Ratas, primeiro-ministro da Estônia
Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia
Zoran Zaev, primeiro-ministro da Ex-República Iugoslava da Macedônia
Mamuka Bakhtadze, primeiro-ministro da Geórgia 
Angela Merkel, chanceler da Alemanha
Barham Salih, presidente do Iraque, e Nechirvan Barzani, primeiro-ministro da Região Autônoma do Curdistão Iraquiano
Leo Varadkar, primeiro-ministro da Irlanda
Giuseppe Conte, primeiro-ministro da Itália
Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão
Hashim Thaci, presidente de Kosovo
Saad Hariri, presidente do Conselho de Ministros do Líbano
Faiez Al Serrag, primeiro-ministro da Líbia
Adrian Hasler, primeiro-ministro de Liechtenstein
Dalia Grybauskaite, presidente da Lituânia
Xavier Bettel, primeiro-ministro de Luxemburgo
Príncipe Albert de Mônaco
Duško Marković, primeiro-ministro de Montenegro
K P Sharma Oli, primeiro-ministro do Nepal
Mark Rutte, primeiro-ministro da Holanda
Jacinda Ardern, primeira-ministra da  Nova Zelândia
Erna Solberg, primeira-ministra da Noruega
Rami Hamdallah, primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina
Mario Abdo Benítez, presidente do Paraguai
Martín Vizcarra, presidente do  Peru
Andrzej Duda, presidente da Polônia
António Santos da Costa, primeiro-ministro de Portugal
Paul Kagame, presidente de Ruanda
Aleksandar Vučić, presidente da Sérvia
Peter Pellegrini, primeiro-ministro da Eslováquia
Marjan Sarec, primeira-ministra da Eslovênia
Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul
Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha
Ueli Maurer, presidente-eleito da Suíça
Youssef Chahed,  primeiro-ministro da Tunísia
Yoweri Kaguta Museveni, presidente de Uganda
Petro Poroshenko, presidente doa Ucrânia
Nguyen Xuan Phuc, primeiro-ministro do Vietnã
Emmerson Mnangagwa, presidente do Zimbábue

Luciana Coelho, Folha de São Paulo