fev.63/Folhapress | |||
Jamelão com a letra de "Eu Agora Sou Feliz"
Sugestão para quem gosta de Carnaval, mas, por motivo de força maior —gota, lumbago, hiperplasia benigna da próstata ou simples medo de multidão—, não quer se meter nos blocos: passar os quatro dias em casa, deliciando-se pela internet com sambas clássicos, compostos especialmente para o Carnaval. Não, não estou me referindo a sambas-enredo, mas aos sambas mesmo, que tocavam no rádio, na voz dos grandes cantores, e eram um refresco nos bailes, entre uma marchinha e outra. É só escrever o nome do samba e do autor ou intérprete, e clicar. Algumas amostras:
"Foi Ela" (1935), de Ary Barroso: "Quem quebrou meu violão de estimação?/ Foi ela/ Quem fez do meu coração seu barracão?/ Foi ela...", com Francisco Alves. "Camisa Listada" (1938), de Assis Valente: "Vestiu uma camisa listada/ E saiu por aí/ Em vez de tomar chá com torrada/ Ele bebeu parati...", com Carmen Miranda."Que Samba Bom" (1949), de Geraldo Pereira e Arnaldo Passos: "Ó, que samba bom/ Ó, que coisa louca/ Eu também estou aí/ Estou aí, o que é que há/ Também estou nessa boca...", com Blecaute.
"Fechei a Porta" (1960), de Sebastião Mota e Ferreira dos Santos: "Eu não quero mais amar/ Pra não sofrer ingratidão/ Depois do que eu passei/ Fechei a porta do meu coração...", com Jamelão. "Quero Morrer no Carnaval" (1961), de Luiz Antonio e Eurico Campos: "Quero morrer no Carnaval/ Na Avenida Central/ Sambando...", com Linda Baptista. "Eu agora sou feliz" (1963), de Jamelão e Mestre Gato: "Eu agora sou feliz/ Eu agora vivo em paz...", idem, com Jamelão.
E muitos outros. Às vezes nos esquecemos de que o Carnaval não se limitava às marchinhas, e que os compositores se dedicavam também aos sambas.
Na verdade, a marchinha era a farra pura, enquanto o samba, quase sempre com uma nota grave, era o Carnaval da reflexão.
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