Os autodeclarados partidos de esquerda PT, PSB, PCdoB e PDT optaram, ao menos por ora, por andar separados. Na disputa presidencial, à exceção do PSB que flerta com várias opções, os demais insistem em ter candidaturas próprias. Nos estados, a fragmentação se repete. Mas é duradoura? A história das campanhas mostra que não. No segundo turno, costumam caminhar juntos.
No cenário nacional, as tentativas de uma eventual união para enfrentar o "outro lado" não deram certo. O motivo mais evidente está no PT. Principal nome nas preferências eleitorais, Lula não sabe se vai mesmo conseguir arrancar da Justiça uma liminar que sustente sua candidatura. O petista preso, cuja campanha ainda é a principal bandeira do PT, não quer jogar a toalha antes de receber um não do Judiciário.
Ciro Gomes se ofereceu para ser o nome a reunir os partidos de oposição. Até o momento, os apelos não deram certo, e nenhuma dessas siglas quis subir na sua canoa. O PCdoB tinha sinalizado aderir a uma chapa, mas hoje lança Manuela D'Ávila.
A fragmentação que se replica em boa parte dos estados sofre os reflexos da disputa presidencial, mas tem também uma lógica local. Se partidos de esquerda têm nomes fortes, lançam candidaturas separadas para ver quem chega ao segundo turno. Não havendo pendengas regionais, os partidos à esquerda acabam se reunindo na última rodada das eleições. Dependendo dos arranjos políticos, até quem está mais a direita costuma aderir.
O dito Centrão, por exemplo, que rumou unido para Alckmin, nos estados costuma se espalhar, seguindo a lógica da conveniência eleitoral.
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Francisco Leali, O Globo