segunda-feira, 18 de junho de 2018

Marcos Valério é condenado a 16 anos de prisão no mensalão tucano


O operador do Mensalão, Marcos Valério - Reprodução


O Globo


A juíza Lucimeire Rocha, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, condenou o publicitário Marcos Valério e os empresários Ramon Hollerbach e Cristiano Paz a 16 anos e 9 meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, no processo do mensalão tucano. A sentença foi proferida na sexta-feira e será publicada na terça-feira.

Os crimes foram cometidos em 1998, durante a campanha eleitoral pela reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais. Valério, Hollerbach e Cristiano Paz também foram condenados ao pagamento de 400 dias-multa, cujo valor foi fixado em um salário mínimo vigente na época dos crimes. Os três já haviam sido condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão do PT.

“As consequências do crime são aquelas nefastas à população, uma vez que, quando recursos públicos são desviados, resta subtraído do povo, destinatário dos serviços públicos, o direito de viver melhor, com mais igualdade de acesso, de acordo com os altos impostos pagos neste país”, disse a juíza na sentença.

De acordo com a denúncia Ministério Público, as agências de publicidade SMP&B, da qual Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach eram sócios à época, e DNA Publicidade e Propaganda captaram verbas de patrocínio para realizado do Enduro da Independência, do Supercross e do Iron Biker, mas o dinheiro era destinado para a campanha de Azeredo. No pleito, o então governador perdeu para Itamar Franco (PMDB).

A defesa de Hollerbach argumenta que o empresário completou 70 anos no dia 13 de junho, o que impossibilitaria a condenação dele.

— A única sentença que seria dada era o reconhecimento da prescrição, a juíza não poderia sentenciar. O Código Penal diz que até a data da sentença, se o réu completar 70 anos antes da sentença, o prazo prescricional é contado pela metade — disse ao site G1 o advogado Estevão Ferreira de Melo, que informou que vai recorrer da decisão.