sábado, 5 de maio de 2018

Vale destrona Itaú e volta a ser a ação mais importante da Bolsa após 5 anos


Projeto S11D da Vale no Pará - Divulgação


Reuters


As ações da mineradora Vale assumiram a posição de maior peso na terceira prévia da carteira teórica do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, o que não ocorria desde setembro de 2013, informou na sexta-feira a B3 (antiga Bovespa). A conquista da liderança após cinco anos ocorreu devido a uma combinação da migração da Vale ao Novo Mercado, mais alto nível de governança da B3, da nova política de dividendos da empresa e também da maior estabilidade dos preços das commodities, disse o diretor de Relações com Investidores da mineradora, André Figueiredo.

“A nova política de dividendos, mais agressiva, previsível e fácil de quantificar, traz para a empresa um segmento de investidores que a gente havia perdido nos últimos anos. São fundos de dividendos que representam uma boa parcela de investidores no mundo”, disse Figueiredo, por meio de nota.

A nova política foi anunciada em março, com uma proposta de ser, ao mesmo tempo, agressiva e sustentável por um longo período de tempo, podendo ser aplicada em qualquer cenário de preço, permitindo ainda, previsibilidade das datas de pagamentos e do montante a ser distribuído.

A B3 informou nesta sexta-feira que a Vale atingiu 11,2% da carteira, deixando o Itaú Unibanco PN em segundo lugar, com 10,44%, seguido pelos papéis PN do Bradesco (7,734%).

Analistas de mercado corroboram a afirmação de Figueiredo e destacaram que a entrada no Novo Mercado abriu caminho para investidores de diferentes perfis.

— A partir do momento em que você tem um ativo sendo negociado nesse nível de maior governança, você ganha mais liquidez — disse Rafael Passos, analista da Guide Investimentos, destacando ainda medidas que estão sendo implementadas pela empresa, em busca de pulverizar o controle e melhorar ainda mais a sua governança. — Lá fora você tem uma série de regulamentos (determinando) que grande parte dos fundos não pode entrar em ativos que não tenham um nível mínimo de governança. A partir do momento em que ela entra no Novo Mercado, ela passa a deter esse benefício.

No ano passado, o diretor-executivo de Finanças e de Relações com Investidores da mineradora, Luciano Siani, afirmou que a ascensão da Vale ao Novo Mercado e as estratégias em busca de melhores resultados permitiriam ampliar a base de acionistas, atingindo novos perfis, como asiáticos e fundos mineração e metais.

Após a migração, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou que a empresa já havia notado novos investidores.

A Vale já era um dos papeis mais líquidos da bolsa, juntamente com Petrobras e bancos, de forma geral.

Mas a última vez que a Vale liderou a carteira foi na virada de setembro a dezembro de 2013, quando alcançou 8,3%. Em segundo lugar estava a Petrobras, com 7,6%, seguida pelo Itaú Unibanco PN, com 4,5%.

A consultora de investimentos da GO Associados Luciana Nazar explicou que, em 2013, a Vale teve um desempenho positivo, apesar das adversidades do cenário econômico do ano. Segundo ela, a empresa alcançou um bom desempenho em geração de caixa, devido a boa performance de vendas e redução de custos.

— Naquele ano, ela vendeu muito e ainda teve uma redução de custos importante — completou Luciana Nazar.