Com Blog de Miriam Leitão
Com a nova queda de 8,5% nesta segunda-feira, a ação preferencial da Petrobras acumula recuo de 29,1% desde a sexta-feira, dia 18. No dia 21, começou a paralisação dos caminhoneiros, que reivindicam a redução no preço do diesel. De lá para cá, em valores absolutos, a companhia perdeu algo como R$ 109 bi, conta Einar Rivero, da consultoria Economatica. A preferencial vale nesta tarde R$ 18.
A Petrobras valia R$ 368 bilhões no pregão anterior ao início das paralisações. Enquanto o governo negociava com os grevistas, ela reduziu o preço do diesel para as próximas semanas e vai ajustá-lo apenas mensalmente, decisão que despertou temores de que o governo voltaria a interferir na sua política de preços. Quando isso aconteceu, nas administrações passadas, a Petrobras acumulou perdas de US$ 40 bilhões. Dessa vez, no entanto, o governo se comprometeu a ressarcir a petrolífera em caso de prejuízos provocados pelos reajustes mais espaçados.
A fraqueza do governo contribui para a desvalorização. Nesta segunda-feira, o ministro Eliseu Padilha garantiu que o Planalto não discute a substituição de Pedro Parente, presidente da companhia e defensor de uma política de preços independente. Investidores explicam que, se o executivo sair, a desvalorização da Petrobras tende a piorar.