O que os caminhoneiros queriam, o governo deu. Diesel mais barato, reajuste mensal, isenção de pedágio para eixo suspenso, tabela de valor mínimo para frete. Na verdade, os motoristas conseguiram até um pouco mais do que inicialmente pediam. Mesmo assim, a paralisação não dá sinais de terminar. Grupos permanecem bloqueando estradas em todo o País.
De acordo com a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), cerca de 250 mil caminhões permaneciam nesta segunda-feira, 28, parados nas estradas, o equivalente a 30% dos que vinham participando do movimento. E a negociação com esses motoristas tem se mostrado praticamente impossível.
Esses caminhoneiros não seguem lideranças tradicionais. Têm pedidos difusos, que incluem a saída do presidente Michel Temer e a intervenção militar no Brasil. Querem que não só o diesel, mas agora também a gasolina, baixe de preço. Acreditam piamente em mensagens que recebem no WhatsApp - como a informação falsa de que, após sete dias e seis horas de paralisação, os militares tomariam o poder. Por isso, nenhum acordo fechado com o governo surte efeito. “Virou uma situação sem controle”, diz o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo da Silva, conhecido como China.
Fontes do governo federal informam que foram identificados pelo menos três grupos políticos “infiltrados” nas paralisações.
As medidas anunciadas pelo governo federal para atender às demandas dos caminhoneiros em greve no País não aliviaram a tensão em pontos de bloqueio na Região Metropolitana de São Paulo. Nos bloqueios no ABC e na saída para o Sul do País, na Rodovia Regis Bitencourt, os motoristas diziam que o movimento ganhou força política nesta segunda, defendiam “intervenção militar” e afirmavam que o governo federal terá de cortar em 25% os preços de todos os combustíveis na bomba, além de eliminar o PIS/Cofins.
Com o desabastecimento colocando o País em um quadro cada vez mais caótico, a indignação da população tem aumentado. Uma pesquisa da empresa Torabit, especializada em medição de comentários nas redes sociais, mostrou que o apoio explícito dos internautas à greve caiu vertiginosamente. Na sexta-feira, 53,5% dos posts em redes sociais e blogs eram favoráveis à paralisação. Nesta segunda, esse porcentual havia caído para 34,5%.
Foto: Nilton Fukuda/Estadão
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- 00h2329/05/2018Eleições 2018O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, criticou a gestão do presidente da Petrobras, Pedro Parente, durante entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, na noite da segunda-feira, 28. O ex-governador do Ceará disse que a política adotada por Parente favorece o "preço absurdo e criminoso" dos combustíveis e pediu a sua demissão. Saiba mais.Foto: Sergio Moraes/Reuters
- 23h4828/05/2018RepresáliasNo oitavo dia de paralisação - e um dia após o governo ceder e garantir uma queda de R$ 0,46 no preço do diesel por 60 dias -, o Estado ouviu, nesta segunda-feira, 28, relatos de empresas de transporte, distribuidoras de combustível e de caminhoneiros afirmando que grevistas que querem voltar ao trabalho estão sendo hostilizados por alguns grupos que querem manter a manifestação. Saiba mais.Foto: Fábio Motta/Estadão
- 23h3928/05/2018Veja o que funciona e o que não funcionaA greve dos caminhoneiros chega ao 9º dianesta terça-feira, 29, e já afeta setores como transporte e alimentação. Na cidade de São Paulo, os ônibus circularão com frota reduzidae as unidades básicas de saúde não realizarão exames de rotina. Veja aqui a situação dos serviços da capital nesta terça.Foto: Nilton Fukuda/Estadão
- 23h3328/05/2018ItapetiningaO descarte de ovos fecundados e de pintinhos de um dia virou rotina nas granjas, depois que a greve dos caminhoneiros interrompeu o abastecimento de ração.O Grupo Alvorada, de Itapetininga, no interior de São Paulo, por exemplo, que fornece matrizes de aves de corte para 70 frigoríficos, já eliminou um milhão de pintinhos desde o começo da greve e teve um prejuízo de R$ 4 milhões. Fernando Vieira, veterinário da empresa, explica que os pintinhos são descartados dentro da máquina nascedoura e depois seguem para o aterro sanitário. “Temos dois milhões de matrizes alojadas, se não chegar a ração, vamos perder tudo isso também.” Saiba mais. (José Maria Tomazela e Márcia de Chiara, O Estado de S. Paulo)Foto: Fernando Vieira/Grupo Alvorada
- 23h2328/05/2018Força políticaAs medidas anunciadas pelo governo federal para atender às demandas dos caminhoneiros em greve no País não aliviaram a tensão em pontos de bloqueio na Região Metropolitana de São Paulo. Nos bloqueios no ABC e na saída para o Sul do País, na Rodovia Regis Bitencourt, os motoristas diziam que o movimento ganhou força política nesta segunda-feira, 28, defendiam “intervenção militar” e afirmavam que o governo federal terá de cortar em 25% os preços de todos os combustíveis na bomba, além de eliminar o PIS/Cofins. Saiba mais. (Pablo Pereira e Renan Cacioli, O Estado de S. Paulo)Foto: Nilton Fukuda/Estadão
- 23h0428/05/2018São PauloO empresário Agnaldo Brito Gonçalves, de 47 anos, previa na tarde desta segunda, 28, completar mais de 24 horas no mesmo lugar: dentro do próprio carro. Ele já estava havia mais de 18 horas na fila de um posto de combustível na Rua Amaral Gurgel, no centro de São Paulo. “Eu tenho de esperar, não tenho como ir embora.” Saiba mais. (Priscila Mengue, O Estado de S. Paulo)Foto: Tiago Queiriz/Estadão
- 22h3528/05/2018Belo HorizonteO mundo do futebol também sofre com a crise de abastecimento em todo o País por causa da greve dos caminhoneiros. Nesta segunda-feira, 28, os jogadores Sassá e Bruno Silva usaram o Instagram para oferecer camisas do Cruzeiroem troca de litros de gasolina. Parece brincadeira, mas não é."Duas camisas do Cruzeiro por 10 litros de gasolina. Só isso. Quem tiver, salva. Preciso ir treinar. Tamo junto. Chama no direct (do Instagram)", disse Sassá em seu perfil nas redes sociais. Confira o vídeo:
- 22h2928/05/2018ConcorrênciaO superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Cordeiro, disse que, do , o tabelamento de preços mínimos para o frete é ruim e anticompetitivo. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, ele ressaltou que, no entanto, o governo pode decidir regular o mercado e intervir, o que afastaria a competência do Cade em julgar se o tabelamento de preços fere a concorrência. Saiba mais. (Lorenna Rodrigues, Estadão/Broadcast)Foto: Cade
- 22h2528/05/2018GoiâniaO juiz Roberto Carlos de Oliveira, da Justiça Federal em Goiás, negou no sábado, 26, um pedido de busca e apreensão apresentado pela Polícia Federal contra os proprietários e o gerente de um posto de combustível por suposto apoio a um bloqueio dos caminhoneiros. Saiba mais. (Fábio Serapião, O Estado de S. Paulo)Foto: Felipe Rau/Estadão
- 22h2028/05/2018Tem viagem marcada no feriado? Saiba o que fazerOs efeitos da falta de combustível e de alimentos ainda deve ser sentido até o feriado de Corpus Christi. E como ficam as viagens agendadas para o feriado? Vale a pena insistir e ir até o aeroporto? Em caso de desistência, quais são os direitos do passageiro?Foto: Dida Sampaio/Estadão
- 22h1528/05/2018BrasíliaA Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, lançou nesta segunda-feira, 28, uma chamada pública para contratar cooperativas de caminhoneiros autônomos. A estatal executa programas sociais ligados à agricultura familiar. (Tânia Monteiro, O Estado de S. Paulo)Foto: Conab
- 22h0828/05/2018(Tânia Monteiro, O Estado de S. Paulo)
- 21h5328/05/2018BrasíliaO Senado aprovou nesta segunda-feira, 28, cinco medidas provisórias e rejeitou uma, em um esforço para destrancar a pauta da Casa. A intenção dos senadores era limpar a pauta e permitir a votação de matérias para dar fim à greve dos caminhoneiros e à crise dos combustíveis. Uma das possibilidade é que o Senado vote já nesta terça-feira o projeto de reoneração da folha de pagamento. Saiba mais.Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
- 21h3228/05/2018São PauloO número de feiras livres realizadas em São Paulo será reduzido entre esta terça-feira, 29, e sexta, 1º de junho. Segundo a Prefeitura, a redução será feita para concentrar todos os feirantes que ainda têm mercadoria, facilitando o acesso dos consumidores. O País enfrenta uma crise de abastecimento por causa da greve dos caminhoneiros, que chegou hoje ao oitavo dia. Saiba mais.Foto: Daniel Teixeira/Estadão
- 21h2428/05/2018ArrecadaçãoA redução em R$ 0,46 no preço do litro do óleo diesel acertada pelo governo com os caminhoneiros grevistas vai provocar um efeito colateral para a arrecadação dos Estados: uma queda da R$ 3,7 bilhões na receita do ICMS. Saiba mais.Foto: Leonardo Benassatto/Reuters