- Marcus Brandt-3.dez.2013/EFEJosé Maria Marín, ex-presidente da CBF, está entre os presos na Suíça
A vida dos sete dirigentes acusados de corrupção pelo FBI, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marín, mudou de forma drástica nesta semana. Na noite de terça-feira, estavam em um dos melhores hotéis da Suíça para o congresso da Fifa, pagando mais de US$ 4 mil (quase R$ 13 mil) por noite. Na quarta-feira pela manhã, estavam presos em condições bem mais precárias.
Se na terça o cardápio era caviar e custava pouco mais de R$ 1,2 mil, na quarta passou a ser uma porção de carne com arroz e vegetais e, às vezes, uma fruta. Os presos não podem utilizar a internet ou telefones, e as únicas visitas que podem receber são seus advogados e esposas. E serão 23 horas por dia nas celas, tempo que pode ser diminuído com trabalho prisional.
Folco Galli, porta-voz da Justiça da Suíça, disse que os suspeitos, que enfrentam acusações de extorsão e suborno, não devem esperar nenhum tratamento especial enquanto aguardam por uma decisão. "Eles não tem privilégios e não poderão receber encomendas de fora", falou.
Os sete acusados podem recorrer dentro de 10 dias - até 8 de junho. As chances de conseguirem liberdade condicional mediante pagamento de fiança, no entanto, são pequenas.
"É possível, mas é muito raro. A lei diz que a pessoa precisa ficar detida durante todo o processo de extradição", esclareceu Galli. "Se nós deixarmos alguém sair, e eles fugirem, a Suíça estará rompendo com suas obrigações". Segundo o porta-voz, o procedimento de extradição dura aproximadamente seis meses, em geral, mas alguns podem ultrapassar um ano.
A próxima data aguardada pelos suspeitos deve ser 3 de julho, quando termina o prazo de 40 dias em que os EUA precisam submeter uma ordem formal de extradição.
Segundo Galli, o caso precisa ser apresentado detalhadamente. "A principal condição é a de que o suposto crime que aconteceu nos EUA tem que ser passível de punição se tivesse acontecido na Suíça", disse.
Além de ter sido preso, José Maria Marín foi afastado pela CBF e suspenso provisoriamente pela Fifa de realizar qualquer atividade relacionada ao futebol.