Jamil Chade - O Estado de São Paulo
Presidente ataca governo e afirma: 'Essa operação não cheira bem'
Joseph Blatter, eleito para mais um mandato no comando da Fifa, ataca o governo dos EUA e diz que as prisões de cartolas foram uma revanche de Washington contra o fato de ter perdido a Copa de 2022 para o Catar, na escolha realizada em 2011. Em entrevista coletiva realizada horas mais tarde, o presidente respondeu a uma bateria de perguntas e indagou sobre o escândalo de corrupção: "Preso eu, por quê?"
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"Ninguém vai me tirar a ideia de que foi uma simples coincidência esse ataque americano, dois dias das eleições da Fifa", declarou em entrevista à televisão suíça RTS. "Depois tivemos reações da Uefa e de Platini", disse. "Não cheira bem".
Na quarta-feira, dois dias antes das eleições na Fifa, a polícia suíça prendeu sete dirigentes num hotel de luxo de Zurique. Entre eles estava José Maria Marin, que agora aguarda o processo de extradição em uma prisão da região da cidades.
Para Blatter, isso foi algo programado. "Eles tentaram me denegrir e usaram o momento para dizer que é tempo para que eu deixe o poder", disse, lembrando que ameaçaram boicotar. "Existe sinais que não podem ser escondidos", insistiu.
Para ele, a ligação entre a operação em Zurique e a Copa de 2022 é "evidente". "Os americanos eram candidatos e perderam. Então foi a imprensa britânica e o movimento americano que surgiu. Olha, com todo respeito ao sistema judicial americano, se eles tivessem um problema com crimes financeiros ligados a cidadãos americanos ou sul-americanos, então precisam prender essas pessoas la e não em Zurique onde temos um congresso", declarou.