Foi descoberto o incrível “segredo” do salário tão maior dos trabalhadores americanos em relação aos brasileiros, até então guardado a sete chaves. Tiveram que contratar a Scotland Yard e chamar pessoalmente Sherlock Holmes para solucionar um mistério tão impressionante. A resposta decepcionou todos os “intelectuais” e artistas brasileiros, assim como os “economistas” heterodoxos que sempre defendem mais intervenção estatal e sindicatos fortes.
Não, o salário tão maior não tem ligação alguma com a influência dos sindicatos nos respectivos países. Tampouco há elo com a quantidade de regalias que o governo garante, como décimo-terceiro, décimo-quarto, décimo-oitavo salário, vale-alimentação, vale-transporte, vale-cachaça, férias remuneradas, licença a maternidade, paternidade e amizade, nada disso! Pasmem, mas o grande segredo dos americanos é… serem mais produtivos!
O salário médio é quatro vezes maior do que o nosso? E o trabalhador médio americano produz quatro vezes mais do que o nosso também! Não é espetacular? Vejam:
Quatro trabalhadores brasileiros são necessários para atingir a mesma produtividade de um norte-americano.
A distância, que vem se acentuando e está próxima da do nível dos anos 1950, reflete o baixo nível educacional no Brasil, a falta de qualificação da mão de obra, os gargalos na infraestrutura e os poucos investimentos em inovação e tecnologia no país.
Fatores apontados por empresários e por quem estuda o assunto como os principais entraves para a produtividade crescer no país –e que também ajudam a explicar o desempenho fraco do PIB brasileiro nos últimos anos.
A comparação entre Brasil e EUA considera como indicador a produtividade do trabalho, uma medida de eficiência que significa quanto cada trabalhador contribui para o PIB de seu país.
O dado é do Conference Board, organização americana que reúne cerca de 1.200 empresas públicas e privadas de 60 países e pesquisadores.
Ele é importante porque mostra a força de fatores como educação e investimento em setores de ponta, que tornam mais eficiente o uso de recursos. A produtividade costuma ser menor nas empresas de trabalho intensivo.
O baixo nível educacional no Brasil é destacado pelo pesquisador Fernando Veloso, da FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), como um dos mais graves problemas para uma economia que precisa crescer e aumentar o padrão de vida da população.
“O brasileiro estuda em média sete anos, nem completa o ensino fundamental. Nos EUA, são de 12 a 13 anos, o que inclui uma etapa do ensino superior, sem mencionar a qualidade do ensino.”
A média de treinamento (qualificação) que um americano recebe varia de 120 a 140 horas ao ano. No Brasil, são 30 horas por ano, destaca Hugo Braga Tadeu, professor da Fundação Dom Cabral.
Ou seja, precisamos de melhor ensino (não doutrinação ideológica das Humanas), cursos especializantes para melhorar nossa mão de obra, melhor infraestrutura, ambiente mais livre na economia, abertura comercial, menos burocracia, tudo aquilo que os liberais apontam há décadas como solução para aumentar a produtividade do trabalho. E, afinal, o salário real depende dessa produtividade, não de “vontade política” ou de pressão sindical. Eis algo que a esquerda ainda não entendeu.
Refém de um equívoco intelectual que é o marxismo, nossa esquerda ainda olha para o lucro como uma “mais-valia”, fruto da exploração do trabalho. E por isso enxerga o salário como resultado de exploração também, bastando o governo decretar maior parcela do resultado das empresas para os trabalhadores para resolver o problema. Nada mais falso!
Como fica claro, o salário dos trabalhadores depende de sua produtividade, e se um trabalhador for quatro vezes mais produtivo, ele tenderá a receber um salário quatro vezes maior. Gente séria, portanto, foca na baixa produtividade do trabalho no Brasil. Embusteiros, populistas, demagogos e ignorantes focam na discrepância entre ricos e pobres e pedem intervenção estatal para aumentar os salários por decreto, como se desse para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores num passe de mágica estatal.