Horas antes da divulgação do Datafolha e do Ibope que atestaram a continuidade do movimento de desintegração do seu índice de intenção de votos, Marina Silva reuniu representantes dos partidos de sua coligação. Conforme já noticiado aqui, ela fez um discurso impregnado de indignação.
O pronunciamento foi adornado com um guizo retórico que eletrificou a plateia. Um dos presentes identificou no comentário final de sua candidata um quê de messianismo. Para certificar-se, ao chegar em casa, o correligionário de Marina colocou para rodar o áudio do discurso, que ele gravara no celular. Eis a frase que lhe soara mal:
“Meus amigos, vamos à luta, vamos à vitória, vamos mostrar que hoje, aqui, tem que se ver relâmpago de caracol, os nevoeiros pararem, dar eclipse no Sol, as águas do mar secarem e eu pescar a baleia com anzol.” Seguiu-se um coro de inspiração petista: “Marina, guerreira da pátria brasileira…”
Como não acredita que o mar possa secar até domingo, dia das eleições, o aliado de Marina receia que, se não ajustar sua estratégia, a candidata “corre o risco de ser a melhor presidente que o país jamais terá.”