A indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - o mais votado do Brasil - para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos ganhou um entusiástico apoio do presidente Donald Trump.
Embora não se saiba exatamente se ele já recebeu o pedido de agreement do Itamaraty, normalmente o país primeiro pergunta: “Vocês aceitariam este nome?”. Não sei se Trump já viu, mas já ouviu falar e deu um apoio entusiasmado.
Isso reforça a posição do indicado lá no Senado, que vai ter de aprovar o nome. Antes mesmo desse apoio entusiasmado de Trump, já se notava que Eduardo teria votos suficientes para ser aprovado.
Até o presidente Bolsonaro, que indicou o próprio filho, lava as mãos porque vai ser o Senado que vai aprovar. Trump quer que Eduardo seja aprovado. E a gente vê uma possibilidade de uma nova fase de relações entre os dois países.
Jogo de polêmicas?
Parece que o presidente joga frases supostamente polêmicas. Quem qualifica assim as frases é porque não gosta dele, não votou nele e não quer que ele continue usando essas frases, afinal, foi com essas frases que eles os derrotou em outubro.
Bolsonaro continua usando essas frases que tem apelo popular. Um exemplo é que quando perguntaram sobre os 57 mortos no presídio em um confronto entre facções, situação que os meus coleguinhas chamam de massacre, ele respondeu :“Vá perguntar para as vítimas desses bandidos”. Certamente, o presidente tem o aplauso do povo e o horror da intelectualidade.
Outro exemplo foi quando Bolsonaro disse que poderia contar o que aconteceu com o pai do presidente da OAB, que teria sido justiçado pela sua própria facção. O presidente nos obriga a voltar ao assunto que deveria ser esquecido por conta da anistia. Afinal, anistia significa esquecimento.
Quando falamos sobre o assunto, a gente vê que houve 136 desaparecidos, entre os quais está o pai do presidente da OAB. Houve 119 mortos pelas facções que tentaram derrubar o governo e implantar um regime comunista no Brasil, inclusive 43 civis e três moradores do Araguaia. E mais 219 mortos nos confrontos durante esse período de 19 anos. A média anual de mortos nos confrontos é de 25 pessoas. Só para lembrar: hoje há 65 mil homicídios dolosos ao ano.
Esse é um assunto que a gente deveria conversar, mas não exacerbar os ânimos no país. Porque o objetivo da anistia foi a pacificação dos espíritos. São os espíritos que armam as mãos. Enfim, reforço: anistia é esquecimento.
Tem gente mais animada que acha que essas declarações podem dar impeachment. O Supremo não vai se importar com uma coisa dessas porque não tem onde qualificar. Na Câmara só quem vai se preocupar com isso é o PT, o PCdoB e o Psol. Mas eles não tiverem nem votos suficientes para impedir a passagem da reforma da Previdência.
Para concluir...
Parece que a morte do cacique na aldeia Mariri foi um confronto interno sobre algum tipo de negócio com garimpo. Ou o cacique queria e a aldeia não queria, ou a aldeia queria e o cacique não queria. Talvez seja isso.
A propósito, boa parte do ouro roubado em Guarulhos era de uma mineradora canadense chamada Kinross Gold Corporation. Essa empresa sozinha produz 22% do ouro produzido no Brasil. A maior mina dela é em Paracatu (MG).
Acho que esse ouro roubado ia para o Canadá, país que é o quinto maior produtor de ouro do mundo. E não sei por que ainda precisa do nosso ouro. Deve ter negócios melhores do que nós para o nosso próprio ouro...
Gazeta do Povo