O Banco Central anunciou nesta quarta-feira (31) o primeiro corte na taxa básica de juros desde março de 2018.
A taxa Selic caiu de 6,5% para 6% ao ano, em decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária).
"O Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural", afirma o BC em seu comunicado.
A instituição também sinalizou que haverá novos cortes. "O Comitê avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo."
Esse é o menor patamar desde que a Selic passou a ser utilizada como instrumento de política monetária, em 1999.
Com economia fraca, inflação abaixo da meta e expectativa de queda de juros americanos e europeus, o mercado financeiro já esperava o corte na taxa básica de juros.
Também nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, cortou a taxa de juros, para uma faixa de 2 a 2,25%. Foi a primeira redução desde a crise financeira que atingiu o país no final de 2008.
O Copom havia colocado como condição para iniciar um novo ciclo de corte de juros o avanço da reforma da Previdência, que foi aprovada em primeiro turno na Câmara no início deste mês.
"O Copom reconhece que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que a continuidade desse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia."
O Comitê disse ainda que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação.
O BC enfatizou ainda o risco de uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas, o que pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação.
Antecipando-se ao BC brasileiro, a Caixa anunciou mais cedo um novo corte nos juros em linhas para pessoas físicas e empresas.
Também nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro afirmou estar torcendo por um corte de juros, mas disse que não iria influenciar na decisão. "Não sou o 'Dilmo' de calça comprida", disse.