“Nunca é tarde para abrirmos mão dos nossos preconceitos” (Henry Thoreau)
A História registra grandes preconceitos que, como uma vitória da consciência humana, foram derrubados ao longo do tempo. Há poucos registros sobre isto, e um deles garimpei nas minhas pesquisas: já no estágio civilizatório ocidental, até o século 17 era proibida a subida de mulheres num navio e até pouco tempo era voz corrente entre os marinheiros que elas davam azar entrando num submarino…
O preconceito foi quebrado num fato que marcou o início da colonização dos Estados Unidos e até hoje é motivo de orgulho para os norte-americanos, a migração dos puritanos ingleses conhecidos como Os Peregrinos, que saíram da Inglaterra em 1620 no navio Mayflower com 25 tripulantes e 102 passageiros, incluindo famílias já formadas e recém-casados.
Em geral, os preconceituosos nem sabem mesmo porque o são. Li a história vivida pelo grande músico italiano, Arturo Toscanini, que ouvindo uma sinfonia de Beethoven gravada em disco, criticou a interpretação, sem saber que a execução era dele, gravada num dos seus concertos. Quando soube, reconheceu que o disco era seu…
O triste é que há preconceitos apoiados até pela Bíblia, cujo texto os católicos não podem pôr em dúvida, porque o Concílio de Trento, em 1546, proibiu que se pusesse em dúvida a inspiração divina do Livro. Nele, porém, está gravada a intolerância em Lucas, XIV, 23: “Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora com a vara, e secará e enfeixá-lo-ão, e o lançarão no fogo, e arderá”.
Muitas pessoas se sentirão hoje tão perseguidas quanto a proibição da Marcha Gay em Havana pelo maravilhoso socialismo fidelista, ao tomar conhecimento do que está escrito no Deuteronômio (XXII): “Não haverá traje de homem na mulher, e não vestirá o homem com roupa de mulher”.
Se na religião encontramos isto, imagine como pululam preconceitos como larvas nas poças enlameadas da politicagem. Hitler mandou que se queimasse livros de judeus e comunistas notáveis, grandes cientistas, literatas e pensadores. Stálin, com mania de perseguição, mandou expulsar médicos judeus da Associação Médica da URSS. Depois, prendeu-os.
O narco-populismo da pelegagem que assomou ao poder na América Latina como reação aos regimes militares implantados durante a guerra fria, tentou se manter no poder baseando-se em preconceitos, que conseguiu em grande parte, porque muitos subsistem.
Fingindo combater o racismo, a vertente nacional do socialismo bolivariano importou dos Estados Unidos o abominável termo afrodescendente, como se os negros não fossem brasileiros como todos os que aqui nasceram ou se naturalizaram. É o racismo às avessas.
É do lulopetismo, também, o confronto religioso entre católicos e evangélicos, aliás muito aproveitado por políticos oportunistas dos dois lados. E o mais execrável é o feminismo xiita, um grupo diminuto que prega a aversão pelo homem seletivamente na sua atuação social, falando pretensiosamente em nome de todas as mulheres…
Parece precipitado falar, mas os agentes que usam os preconceitos para dividir a sociedade a fim de controla-la, estão infiltrados em todos os estamentos da vida pública, até nas sanduicherias dos fritadores de hambúrgueres…
Dicionarizada, a palavra Preconceito é um substantivo masculino formado pelo prefixo latino “pré” (anterioridade, antecedência) mais o substantivo “conceito” (comportamento, opinião, reputação). Trata-se de sentimento hostil e intolerância, com atitudes apressadas impostas pela formação ou o meio.
Geralmente ocorre contra indivíduos ou grupos de afiliação política, identidade de gênero, linguagem/língua, nacionalidade, raça/etnia, crença religiosa, profissão e até torcida esportiva.
O preconceito é algo que deve ser abolido com intensidade e urgência do mesmo modo como queremos varrer a corrupção, o fanatismo e a traição nacional de pessoas e partidos que pregam a secessão no Brasil.