Ao ser questionado pelo apresentador se manteria a promessa de campanha de extinguir a EBC, Bolsonaro respondeu que sim e ponderou que o impasse se dava sobre o futuro dos funcionários concursados.
- Está decidido essa questão. Salim Mattar está tratando do assunto. Agora você pode ver mais de 80% dos funcionários são concursados, o que fazer com este pessoal? É um número enorme de concursados, que partiu para essa linha no passado por interesses do governos anteriores.
Na sequência, Gentili defendeu que a EBC não poderia ser privatizada, mas sim extinta. Bolsonaro respondeu:
- Tem que extinguir aquilo lá. E você vai ter que realocar aqueles funcionários - afirmou o presidente, que foi indagado novamente se a extinção continuava nos planos.
- Continua, porque interessa pra gente.
O chefe do Executivo defendeu que exista apenas um "pequeno núcleo" da Secretaria de Comunicação (Secom) com "dezenas de funcionários" para atender demandas como "convocação em rede nacional, uma viagem, uma imagens e isso daí."
- A EBC, como um todo, é um grande peso para todos nós, que mesmo sendo privatizada ou sendo extinta vai continuar pesado para nós, tendo visto a quantidade enorme, mais de de 2 mil funcionários concursados - disse o presidente, concluindo que não se pode "fazer nenhuma maldade" com quem ingressou por concurso na empresa.
Promessa de campanha
A extinção da EBC foi uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro. Responsável pela comunicação do governo, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, entretanto, defende uma otimização e racionalização da empresa.
Em entrevista ao GLOBO em janeiro, Santos Cruz afirmou que a ideia não era acabar com a empresa.
- A ideia é aproveitar o máximo que der da estrutura, mas fazer uma racionalização para fazer mais atualizada, mais ágil, sem ideologia, ver quais os princípios que ele vai difundir. Não pode, não tem interesse nenhum de competir com os veículos de comunicação tradicionais. Ela não pode ter ideia de competir, mas só de complementar. Ela vai passar por modificações em curto prazo sem dúvida nenhuma para se ter mais efetividade.
Em abril, o EBC anunciou a unificação da programação das duas tevês do conglomerado: TV Brasil, emissora pública, e NBR, emissora do governo federal. A fusão foi alvo de questionamento do Ministério Público Federal e pela Câmara de Deputados.