quinta-feira, 30 de maio de 2019

'Namorada' de Lula, preso como ladrão em Curitiba, e outros funcionários de Itaipu serão transferidos a Foz do Iguaçu

socióloga Rosangela da Silva, 'namorada' do presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, terá que trocar Curitiba por Foz do Iguaçu, a 630 km da capital, se quiser continuar trabalhando na Itaipu Binacional.
A determinação é do diretor-geral brasileiro da usina, Joaquim Silva e Luna, que foi indicado ao cargo em fevereiro pelo presidente da República Jair Bolsonaro.
Rosangela e os cerca de 150 funcionários da empresa que estão lotados na capital paranaense serão transferidos para o centro de comando brasileiro da usina, em Foz do Iguaçu, no oeste do estado, em um processo que deve ocorrer de julho deste ano a 31 de janeiro de 2020.
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Segundo a assessoria da empresa, a medida, anunciada na semana passada, tem como objetivo otimizar recursos. Itaipu desembolsa mensalmente R$ 208 mil com o escritório alugado em Curitiba. 
Apesar de os empregados serem contratados via CLT, o que impediria a remoção, por causa do Tratado de Itaipu, que tem natureza jurídica própria, a usina deve seguir as diretrizes de empresa pública, o que justificaria o corte de gastos. Segundo a assessoria, o impacto para os funcionários será mínimo.

A socióloga Rosângela da Silva - Reprodução / Facebook
A mudança pode atrapalhar as visitas frequentes de Rosangela ao encarcerado Lula, que está na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde abril do ano passado.
O namoro foi revelado pelo ex-companheiros de partido de FHC, Luiz Carlos Bresser Pereira, em uma postagem em uma rede social. “Está apaixonado e seu primeiro projeto ao sair da prisão é se casar”, disse.
Rosangela, mais conhecida pelo apelido de Janja é presença constante na chamada Vigília Lula Livre, montada em frente à PF, segundo o presidente do PT do Paraná, Dr. Rosinha. 
Em vídeo gravado no local durante os protestos de um ano da prisão do político, no mês passado, ela aparece cantando a música “Apesar de Você”, de Chico Buarque, com uma banda formada somente por mulheres.
Rosinha conta que conhece a socióloga de movimentos sociais desde a década de 1980 e descreve a 'namorada' do chefe da organização criminosa como uma pessoa “simpática, agradável, de bom papo”. “Era uma pessoa de muita luta por nossos direitos”, afirma sobre a época.

CARREIRA

Rosangela é empregada da Itaipu há 14 anos e recebe salário mensal de R$ 17,5 mil atuando na área de responsabilidade social, em ações de voluntariado empresarial e de equidade de gênero. Ela entrou para o quadro de funcionários em 2005, sem processo seletivo, já que apenas no final daquele ano foi publicado o primeiro edital para contratações via concurso.
A 'namorada' entrou para os quadros de Itaipu quando o criminoso Lula já estava presidente. 
Segundo colegas que trabalharam com a socióloga na Usina Hidrelétrica Barra Grande (Baesa), em Anita Garibaldi (SC), onde ela atuou no remanejamento populacional dos atingidos de 2001 a 2003, Rosangela sempre esteve envolvida em movimentos sociais e obteve o cargo em Itaipu depois que Lula assumiu a Presidência, em 2003.
Logo no início do governo, Lula indicou o petista Jorge Samek ao cargo de diretor-geral da empresa. Ele permaneceu na função até 2017. A atual presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, também foi diretora financeira da usina de 2003 a 2006.
Em junho de 2012, Rosangela foi cedida para a Eletrobras, no Rio de Janeiro, onde atuou na comissão de sustentabilidade da empresa. Ela retornou para a Itaipu, em Curitiba, em fevereiro de 2017.

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Com informações de Katna Baran, Folha de São Paulo