segunda-feira, 4 de março de 2019

Em vídeo, Guaidó confirma que retornará para a Venezuela na segunda (4) para liderar manifestações


Líder oposicionista venezuelano Juan Guaidó fala com apoiadores em Salinas, no Equador - Rodrigo Buendia - 2.mar.2019/AFP

Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o líder oposicionista Juan Guaidó afirmou neste domingo (3) que retornará à Venezuela na segunda-feira (4) para liderar as manifestações marcadas pelo país durante o Carnaval. 
Guaidó, que deixou a cidade equatoriana de Salinas no domingo, não informou onde estava no momento da transmissão e nem como fará para retornar
Proibido de deixar a Venezuela, o oposicionista teve as contas bloqueadas pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), alinhado a Maduro, e enfrentará a possibilidade de ser preso quando voltar.
"Se o regime [do ditador Nicolás Maduro] se atrever a me sequestrar, será o último erro que ele cometerá", disse, classificando seu retorno como um "desafio histórico".
Guaidó repetiu as palavras da secretária-adjunta para assuntos do Hemisfério Ocidental do governo americano, Kimberly Breier, que afirmou na sexta (1) que prender o oposicionista seria “o último erro que o regime cometeria”.
 "Amanhã voltaremos às ruas por toda a Venezuela, às 11h [12h de Brasília]", afirmou Guaidó no vídeo, gravado ao lado da mulher, Fabiana Rosales. Ele também reiterou o pedido por eleições livres e transparentes no país.
O oposicionista, reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, passou a última semana viajando pela América Latina em busca de apoio para a condução de uma transição democrática. 
Na transmissão, Guaidó agradeceu aos povos da Colômbia, Brasil, Argentina, Paraguai e Equador, países onde ele passou na última semana para se encontrar com os respectivos líderes. 
Ele afirmou que "a turnê foi importante, com um respaldo absoluto" não só dos governantes, mas das populações desses países "irmãos". 
Guaidó também comentou sobre os confrontos ocorridos na fronteira nos últimos dias 22 e 23, quando civis tentaram manter aberta a fronteira da Venezuela, impedindo o bloqueio militar para a entrada de ajuda humanitária no país. Os confrontos deixaram sete mortos até o momento
"As Forças Armadas não podem permitir o uso de coletivos (civis armados), não pode permitir que massacrem o nosso povo", afirmou. "Todos nós queremos paz, mas hoje a paz não existe se massacram indígenas na Venezuela."
"As Forças Armadas devem assumir sua responsabilidade histórica", disse, evocando as centenas de militares que, de acordo com ele, teriam desertado desde 23 de fevereiro rumo à Colômbia e ao Brasil.
AFP e REUTERS