A cidade que não para de se atualizar —cadê aquele bar que estava aqui na primavera passada?— igual e diferente a cada visita. Para quem vai pela primeira vez a Nova York, é incrível reconhecer os lugares que serviram de cenários para tantos filmes, tantos romances, tantas notícias.
Nas viagens seguintes, o que encanta é que a cidade nos lembra que nós também estamos em constante transformação, e o que não interessava na estação passada ganha destaque entre os amores atuais.
Ver de perto os marcos turísticos nunca foi uma prioridade para mim, que visitei um só em meu primeiro ano lá —as torres gêmeas do World Trade Center.
Estava na cidade também quando elas caíram, e, nos anos seguintes, conhecer a Estátua da Liberdade, o Empire State, o Chrysler Building ficou quase urgente.
Mas a competição é dura, com o High Line, infinitas exposições, um novo restaurante coreano, um filme que só está passando lá. No fim das contas, ainda me falta ver de perto a Estátua da Liberdade.
Nova York se expandiu. Antes, quem ia à maior cidade americana ficava só em Manhattan. Com a gentrificação do Brooklyn, agora um passeio quase obrigatório, isso mudou. Ir a Nova York e não conhecer o distrito tomado de hipsters e famílias em busca de um lugar mais tranquilo para viver, com novos restaurantes deliciosos e tudo com uma cara mais de local do que de feito para turistas, é imperdoável.
Agora, o mesmo passa a acontecer com o Bronx, distrito que era marcado pela violência no passado e que está começando a ser o endereço de quem procura um aluguel mais barato ou simplesmente um cenário diferente.
Logo novos restaurantes, novas galerias, novos museus e teatros começam a pipocar.
Os moradores —são 8 milhões— e os visitantes, que são quase seis vezes isso— começam a se espalhar e a transformar os bairros fora da ilha em novos destinos. Nem todos viraram atração turística ainda, mas isso é questão de pouco tempo.
Com tanto de tudo, o melhor de Nova York é observar você mesmo e as escolhas que você faz. Cada Nova York se parece com o viajante que a encontra.
Teté Ribeiro, Folha de São Paulo