O petista Fernando Haddad nomeou como tesoureiro de sua campanha ao Planalto seu ex-secretário Francisco Macena. Os dois são alvo de inquérito da Polícia Federal que apura suposto uso de caixa 2 na eleição dele à Prefeitura de São Paulo em 2012. A acusação foi feita pela empresária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana. Em delação premiada, ela relatou reunião com Antonio Palocci, João Vaccari e Macena na qual ficou combinado que, da conta de R$ 30 milhões no 1.º turno, R$ 10 milhões seriam pagos por fora pela Odebrecht.
Juntinhos. Haddad oficializou Macena como administrador financeiro da sua atual campanha dois dias depois de Lula indicá-lo como candidato ao Planalto. Na colaboração, Mônica afirmou que tanto ele quanto Haddad sabiam dos pagamentos em caixa 2.
Tá gravado. Sobre o atual tesoureiro de Haddad, a delatora disse em depoimento: “Ele participou da conversa em geral, valores, então ele sabia da parte por fora”. Com relação a Haddad, afirmou que nas conversas com ele, quando cobrava pagamentos atrasados, “ficava claro que era dinheiro por fora”.
O eleito. A empresária contou, ainda, que no 2.º turno recebeu R$ 10 milhões “por fora”. Mônica Moura reconheceu que o valor para essa fase da disputa é alto, mas afirmou que Lula queria muito eleger Haddad prefeito. “Todo mundo queria a vaga (de candidato), mas o Lula bancou.”
Com a palavra. A assessoria de Haddad diz que “não há depoimento ou registro de qualquer declaração nesse sentido. Há apenas presunções, ilações, sem base objetiva. O então prefeito não só não participou como jamais teve ciência de tais negociações. Não houve qualquer indicativo de tratativas por fora”. A defesa de Macena afirma que “são inverídicas as alegações de Mônica Moura e que não participou de reunião para tratativas de pagamento por fora na campanha de Fernando Haddad para a prefeitura de 2012”.
O Estado de São Paulo