Após iniciar os negócios oscilando entre os campos positivo e negativo, o dólar firmou a trajetória de baixa no final da manhã e recua para o patamar de R$ 4. A moeda americana não operava abaixo deste valor desde o dia 21 de agosto. Já a Bolsa é impulsionada pela alta dos índices de Nova York e avança mais de 1%, com destaque para as ações da Petrobrás.
Às 11h30, o Ibovespa, índice que reúne as principais ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, avançava 1,73%, aos 80.014,07 pontos. Já o dólar, no mesmo horário, operava em queda de 1,43%, cotado a R$ 3,9767.
Segundo operadores, a entrada de recursos do exterior para a aplicações na bolsa ajuda a reduzir a pressão na moeda americana.
O fortalecimento do real ocorre num dia de risco Brasil (medido pelo CDS de cinco anos) em queda. O estrangeiro vem reduzindo posição comprada em futuros de dólar, que já foi de 180 mil contratos e "ontem tinha uma posição vendida total de 3.348 contratos", afirmou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado.
Às 11h43, as ações da Petrobrás subiam 4,37% (ON) e 4,75% (PN) nesta manhã, em meio a maior perspectiva com relação ao leilão de cessão onerosa, aliada ao acordo fechado pela estatal nos EUA para encerrar as investigações relacionadas à operação Lava Jato. Pelos termos do acordo, a Petrobrás pagará nos Estados Unidos US$ 85,3 milhões ao Departamento de Justiça (DOJ) e US$ 85,3 milhões à SEC.
Nesta quarta-feira, 27, a secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, afirmou que existe uma expectativa global em torno da licitação do excedente da cessão onerosa, cujo leilão chegou a ser cogitado para ser realizado este ano mas não conseguiu aprovação no Congresso. Aliado a isso, a Petrobras também é beneficiada pelo patamar ainda alto dos preços do petróleo. Mais cedo, o barril de Brent para entrega em novembro subia 0,17%, negociado a US$ 81,51 na ICE.
Karla Spotorno e Altamiro Silva Junior, O Estado de S.Paulo