“A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo desvirtuamento da própria língua” (Rui Barbosa)
Na Babilônia em que estamos vivendo, com as línguas se embaralhando, acumulamos termos estrangeiros no nosso cotidiano, apesar da antiga resistência de Noel Rosa que cantou “Esse negócio de “alô”, alô boy, alô Johnny, só pode ser conversa de telefone. ”
O cinema falado introduziu palavras em inglês influenciando-nos, mas a carga que a Internet nos trouxe é muito mais pesada, porque já incorporamos “Fake news”, “Facebook”, “Home”, “link”, “Mainstream”, “Malware”, “Mentions”, “phishing”, “site”, “software” “Trojan Horse” e o nosso “Twitter”…
O idioma inglês introduziu agora mais um ornitorrinco “politicamente correto”, o “hate speech” (discurso de ódio) que, infelizmente, queiram ou não queiram os resistentes, fica cada vez mais difícil escapar dessa droga linguística globalizada…
Convenhamos, entretanto, que o que mais contribui para desvirtuar a nossa língua é a alienação pomposa dos analfabetos funcionais desvirtuando o nosso idioma. Alienação é um substantivo feminino, do latim alienatione, que dicionarizada é sinônimo de alheamento, mas que incorpora diversos significados como no termo jurídico, “transferência para outra pessoa de um bem ou direito”.
Na filosofia, a alienação é vista como falta de consciência por parte do ser humano, da sua responsabilidade na realidade ao seu redor. Eu prefiro vê-la como uma anulação da personalidade individual sob influência externa.
Adotando esta definição, vejo na atualidade brasileira uma minoria ruidosa, intoxicada por uma overdose de stalinismo malogrado aonde vigorou, e que terminou soterrado sob os escombros do Muro de Berlim…
Estes robotizados ideológicos foram perfilados no livro de Pedro Malan “Uma certa ideia de Brasil”, pois ensinam nas escolas que o país começou a partir do governo Lula, uma ideia propagada massivamente pela minoria organizada do lulopetismo.
É uma aberração histórica que no mundo fantástico das lendas equivale acreditar em Papai Noel e no Saci Pererê, e bastante assemelhado à Mula-Sem-Cabeça. Um crimidéia do “ministério da verdade” descrito por George Orwell no “1984”.
A zumbizada descerebrada decora e repete o pervertido significado das palavras que os ideólogos do “socialismo do século 21” inculca na ânsia propagandista de vender os balangandãs do seu modo de roubar quando assumem o poder.
Há, porém, um desvio ainda maior. Vem daqueles que chamamos comumente de “maria vai com as outras” degustando termos importados de outrem, e aplicando-os na conversação. Não é por acaso a inflação de vocábulos tipo “Beijo no coração”, “Empoderamento”, “Feminicídio”, “Gratidão” e outros mais… Pelo besteirol, não é difícil conhecer o perfil dos espectros ensimesmados…
Estas baboseiras do palavreado televisivo são um vírus que contaminam a programação dos zumbis, multiplicando-os e impondo-lhes dependência cultural, social, e dominação política, o “empoderamento” (empowerment), e o “feminicídio”, como distinção genérica de homicídio, introduzida pelas histéricas norte-americanas.
Lembremos que foi a feminista Diana E. H. Russell a primeira a usar femicídio, que veio dar em feminicídio. Pela origem, escuso-me de comentar, por que o espaço é curto, e está em vigência a “Gratidão”, uma adjetivação idiota do substantivo feminino, que força a barra para ocupar, por modismo, os consagrados “obrigada”, “obrigado”.
Na minha opinião, seria melhor adotar o reconhecimento poético de Fernando Pessoa: “Mas ao que nada espera/ Tudo que vem é grato”. E, pela honra da leitura deste artigo, aceitem a minha gratidão com um beijo virtual no coração, no pulmão, no estômago, no baço e no intestino. Sem referência a apêndice e vesícula, que são órgãos comumente cirurgiados do corpo humano…