Após a Petrobras ter assinado um acordo com o governo dos EUA, estimado em R$ 3,6 bilhões, para dar fim a todas as investigações que enfrentava pelos casos de corrupção, as ações da estatal registraram valorização superior a 6% no pregão desta quinta-feira, impulsionando o Ibovespa. O principal índice do mercado de ações locais encerrou com alta de 1,71%, aos 80 mil pontos. Em valor de mercado, a Petrobras avançou R$ 15,6 bilhões apenas neste pregão, encerrando com capitalização de R$ 302,5 bilhões.
As ações ordinárias (ON, com direito a voto) e preferenciais (PN, sem direito a voto) da petroleira tiveram alta de 4,88% (R$ 24,50) e 6,29% (R$ 21,46), respectivamente. Além do acordo nos EUA, também favoreceu os papéis a valorização do petróleo no mercado internacional.
Na avaliação de analistas de mercado, o que tem motivado o comportamento de alta da Bolsa é uma junção de fatores positivos ligados à estatal.
— O dia está positivo para o mercado brasileiro. Na noite de quarta, a notícia sobre a renegociação do contrato da Cessão Onerosa com a Petrobras, e o acordo da petroleira nos Estados Unidos, desta quinta, favorecem o cenário de ganhos — diz Luis Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.
Os bancos, de maior peso na composição do Ibovespa, também operaram no campo positivo. As ações ON do Banco do Brasil e do Bradesco avançaram 2,85% e 2,28%, respectivamente. O Itaú Unibanco subiu 2,75%.
A alta da Bolsa brasileira está alinhada com o mercado acionário global. Na Inglaterra, o FTSE 100 teve alta de 0,45%. Na França, o CAC 40 subiu 0,5%. Nos EUA o cenário também é de valorização, com o S&P 500 avançando 0,28% e o Dow Jones com alta de 0,21%.
Na véspera, o Ibovespa subiu 0,03%, a 78.656 pontos.
Estrangeiros na Bolsa
De julho até agora, os investidores estrangeiros compraram R$ 8,2 bilhões em papéis de empresas nacionais. Na primeira metade do ano, foi retirado o equivalente a R$ 9,9 bilhões. No mercado futuro, eles apostam na valorização do principal índice do mercado acionário do país. Esse movimento tem sido determinante para a alta do Ibovespa em setembro, que já chega a 2,6%.
A alta do dólar, um maior otimismo com o desempenho das economias emergentes e a interpretação de parte dos agentes do mercado de que as eleições não devem provocar uma mudança radical na condução da política econômica brasileira contribuíram para que a entrada de recursos estrangeiros na Bolsa voltasse ao azul.
Em dólar, o Ibovespa registra uma alta de 3,14% no mês, levando em consderação os dados até dia 26, acima dos ganhos das Bolsas do México (1,36%) e da China (1,78%).
por Gabriel Martins, Ana Paula Ribeiro e Rennan Setti, O Globo