Na esteira do que já fazem as corretoras, grandes bancos iniciaram um movimento para dar mais atratividade aos investimento em Tesouro Direto, uma das modalidades que mais cresce no momento. Estão nessa lista o Itaú, Bradesco e Santander.
No começo de setembro, o Itaú anunciou que zerou a taxa de custódia de Tesouro Direto e de produtos de renda fixa (CDBs de outros gestores, Letras, Debêntures, CRIs e CRAs).
“Em um cenário de juros baixos, os clientes, sejam eles de varejo ou alta renda, precisam de mais opções para investir, principalmente em renda fixa”, disse Claudio Sanches, diretor de Produtos de Investimento e Previdência do Itaú Unibanco.
Depois foi a vez do Santander estender a todos os clientes a isenção da taxa de corretagem para investimentos no Tesouro Direto. A isenção começou na última sexta-feira para clientes cadastrados antes de 12 de setembro. Quem se cadastrou a partir desta data já não paga pelo serviço.
“O investimento em títulos públicos está em nossas carteiras recomendadas e é a porta de entrada para os clientes conhecerem todas as alternativas de diversificação que a Santander Corretora oferece”, afirma Gilberto Abreu, diretor de Investimentos do Santander.
O Bradesco zerou a taxa de custódia para investimento no Tesouro Direto em junho deste ano.
Ao zerar a taxa para aplicações no Tesouro, os bancos seguem um movimento iniciado pelas corretoras independentes em meados de 2013 e 2014, para conquistar clientes, sobretudo dos grandes bancos.
Procura recorde
Diante de um cenário político imprevisível e um mercado volátil, os investidores partiram em peso para o Tesouro Direto. Em julho foram 107 mil novos cadastros, a maior entrada em um mês desde o início do programa, em 2002 – e 27 mil acima do mês anterior. As pessoas também estão aplicando mais: foram 16 mil novos cadastros ativos ante 10 mil em junho.
No total, já são mais de 2,3 milhões de cadastros no programa de compra e venda de títulos públicos, um aumento de 55,7% nos últimos 12 meses.A guinada no Tesouro acontece em meio a um cenário que penaliza a maioria dos investimentos considerados mais arriscados, como ações e fundos multimercado, destaca o professor de Finanças do Coppead/UFRJ Carlos Heitor Campani. Ele lembra que junho, mês que antecedeu o recorde do Tesouro, a Bolsa acumulou perda de 5% enquanto o dólar subiu 4%. “O medo leva as pessoas para o extremo oposto.”
Com Estadão Conteúdo