terça-feira, 14 de agosto de 2018

"Não fui eu", por Miranda Sá

Se alguém me perguntar/ Irei dizer que não fui eu/Não fui eu” (Paula Fernandes)
A frase “Não fui eu” tem pichação pelo Brasil afora e a não ser o seu autor, ou autores, muitos ignoram tratar-se de uma composição da cantora e compositora mineira, de Sete Lagoas, Paula Fernandes.
Divulgar a música sertaneja de raiz é enfrentar a corrupção dos costumes vexatórios atuais, em que se vê uma mulher defecar em manifestação política (e se orgulhar disso), ou ouvir aplausos na exibição de uma ciranda de pessoas nuas, de quatro, cheirando o ânus umas das outras.
A boa música é uma luz nesses tempos sombrios, em que a arte foge do padrão da beleza e da harmonia, e a cultura é um produto de anomalias cerebrais, de distorções que exprimem o definhamento dos costumes sociais.
Foi o que se deu na decadência de todos os impérios. A História da Civilização capitula a ascensão e o apogeu de estados poderosos, cuja queda se deve à perversão da ordem pública e a degenerescência dos costumes, da ética e da moral.
Conhecemos os antigos exemplos da China, Índia, Suméria, Assíria, Pérsia, Egito, Grécia e Roma, todos desmoronando econômica e politicamente, com as insubordinações sociais, a falência da religião, a discórdia familiar e a falta de perspectiva das novas gerações.
Antigamente este fenômeno de decadência imperial se restringia aos limites do país que passava por esse processo histórico; hoje, a consumação que ocorre nos Estados Unidos da América, por exemplo, é planetária.
A expansão e amplitude dos meios de comunicação e a velocidade das redes sociais, levam ao conhecimento do mundo todos os sintomas do apodrecimento da sociedade americana. O que ocorre na (ainda) poderosa Nação do Norte se espalha pelo mundo e é imitado como caricatura nos países subdesenvolvidos.
Os fascistas de lá, como os daqui, viraram antifascistas, como previu Winston Churchill, o racismo é ambivalente, os sentimentos religiosos são opostos, a exaltação das drogas e a sexualidade é uma constante na mídia.
Com o povo norte-americano visivelmente dividido pelos “antifas”, os seus imitadores do 3º mundo, embora uma minoria ruidosa, se esforçam para substituir a pátria por uma patranha – com a imitação malévola da finada União Soviética –, a URSAL – União das Repúblicas Socialistas da América Latina.
A URSAL apareceu na televisão pela primeira vez no debate dos presidenciáveis da TV-Bandeirantes. Foi uma denúncia do Cabo Daciolo, a quem Dora Kramer chamou de “doido” na Rádio Bandeirantes por pura cretinice ideológica. Este é  o exemplo dos narcopopulistas infiltrados na imprensa brasileira, a negação do jornalismo…
O debate da Band espelhou a triste realidade política que atravessamos numa campanha eleitoral que queima como fogo de monturo; mostrou a indigência dos homens públicos, com raras e honrosas exceções.
“Não fui eu” somente que viu desse jeito. Encontro nas redes sociais numerosas pessoas que veem assim também. Salvaram-se neste modo de ver no encontro dos presidenciáveis, alguns flashes dignos de registro, como a resposta dada pelo presidenciável Bolsonaro à raivosa agressão do invasor de prédios Guilherme Boulos: – “Não vim aqui bater boca com um desqualificado”.
E tivemos Alckmin, com a calma lexotan que o caracteriza, respondendo a Marina Silva que o acusava pela companhia dos apoiadores do Blocão: – “Eu nunca fui do PT, sou de outra linhagem”.
Este “não fui eu”, leva-me às insinuações de Álvaro Dias de que convidaria o juiz Sérgio Moro para ministro da justiça, juntando-se à declaração de Bolsonaro de que indicaria o magistrado da Lava Jato para o STF. Moro comentou:
Reputo inviável no momento manifestar-me, de qualquer forma e em um sentido ou no outro, sobre essa questão, uma vez que a recusa ou a aceitação poderiam ser interpretadas como indicação de preferências políticas partidárias, o que é vedado para juízes“.