Nas últimas semanas, na contramão das expectativas de muitos em Wall Street, investidores não deixaram o mercado após a ofensiva de Donald Trump contra a China, o Canadá e a União Europeia. Na sexta-feira, o governo Trump anunciou US$ 50 bilhões em tarifas contra a China, que por sua vez prometeu revidar, mas o índice S&P 500 fechou em leve baixa.
Por quê os mercados se mantiveram em alta se a expectativa de uma guerra comercial preocupa tantos em Wall Street? A economia americana parece refletir um cenário em que os ganhos e a saúde das corporações estão avançando. Isso parece fazer com que os investidores apostem que o dano colateral será administrável.
O desemprego está em recorde de baixa, as vendas do varejo estão fortes, a confiança do consumidor está alta e a taxa de inflação permanece sob controle. Isso pode continuar se os cortes de impostos para as empresas levar a gastos mais elevados de consumidores.
E, mais importante ainda para os investidores, os ganhos das empresas tendem a avançar no ritmo mais forte desde o período após a crise financeira. Analistas de Wall Street esperam que os ganhos de companhias do S&P 500 subam 26% este ano, após alta de 17% no ano passado.
Economistas não estão prevendo grandes golpes na economia americana após as políticas comerciais que serão implementadas. Os economistas do Goldman Sachs acreditam que a sobretaxa de US$ 50 bilhões em produtos chineses não terá impacto maior que 2 décimos de um ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB) após dois anos.
É claro que a guerra comercial pode escalar e é muito cedo para concluir que os Estados Unidos conseguirão se livrar dos efeitos de uma guerra comercial. Muitas empresas americanas têm operações no exterior ou pelo menos uma parcela grande de sua receita dos mercados estrangeiros. A retaliação de outros países mal começou.
The New York Times