domingo, 12 de outubro de 2014

"Segundo turno no Congresso", por Ilimar Franco

Blog do Ilimar - O Globo


Partidos e consultores estão convencidos que o escândalo Petrobras terá efeito devastador na Câmara. Avaliam que em março haverá uma espécie de nova eleição, com dezenas de suplentes assumindo mandatos. Já foram citados 25 deputados e seis senadores, mas os políticos especulam que vem mais. Eles preveem que os envolvidos não apenas serão cassados, mas também presos. E justificam: nada será como antes depois do mensalão.
Reação em cadeia?
Mas os parlamentares não serão os únicos a pagar a conta. Depois do que ocorreu com empresários no julgamento do mensalão, cientistas políticos garantem que os representantes das empreiteiras que foram citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa terão o mesmo destino do publicitário Marcos Valério e da banqueira Kátia Rabello, entre outros. A lista inicial é composta por 11 executivos. Nesse processo, avaliam que o julgamento será mais rápido, pois a delação premiada implica em apresentação de provas. Além disso, não é conhecida a reação desses profissionais diante da condenação à prisão. Eles também poderão optar pela delação premiada.
“O Congresso está acuado com o escândalo Petrobras. Não vai ficar pedra sobre pedra. O foco do juiz são os corruptores. Eles estão na linha de tiro” 

Márcio França
Vice-governador eleito de SP e secretário de Finanças do PSB
Quem sou eu
Os marqueteiros do tucano Aécio Neves avaliam que uma de suas vantagens é que, passado o primeiro turno, 30% dos eleitores ainda não o conhecem. Por isso, vão continuar dizendo quem é o neto do ex-presidente Tancredo Neves.
O meio do caminho
O financiamento público das eleições ganhou combustível com o caso Petrobras. Até políticos contrários à mudança acham que não tem outro jeito. A alteração não depende do Congresso. Ela está sendo julgada no STF. O financiamento público já tem seis votos. E só não é lei porque o ministro Gilmar Mendes pediu vistas há seis meses (abril).
Servindo a dois senhores
Aliados do senador eleito Fernando Bezerra (PSB-PE) puseram seu nome na praça para ocupar um ministério caso Aécio Neves seja eleito. Argumentam que ele tem experiência, por ter sido ministro (Integração) do governo Dilma.
Tudo está no seu lugar
Mesmo tendo perdido quadros importantes na eleição, a tendência Construindo um Novo Brasil, que comanda o PT, elegeu 45 dos 70 deputados da bancada. A Mensagem, do deputado Alessandro Molon (RJ), elegeu 12. O Movimento PT, do ex-líder Arlindo Chinaglia (SP), seis. A Esquerda elegeu apenas sete.
Um lugar na primeira fila
O PMDB se prepara para cair na jugular da presidente Dilma em caso de reeleição. O partido será o maior no Senado e equivalente ao PT na Câmara. Um líder alerta que eles não vão aceitar serem tratados de novo como figura decorativa.
Especialistas especulam sobre a alienação eleitoral. No primeiro turno foram 29%. Em 2010, ela pulou dois pontos (de 25% para 27%) no segundo turno.