sábado, 19 de janeiro de 2019

Bolsonaro disse em campanha que o Brasil está acima de tudo. Só lhe resta, então, em nome do Brasil, mandar que o filho saia de cena

O presidente Jair Bolsonaro viaja nesta segunda-feira (21) a Davos, na Suiça, para participar de 22 a 25 deste mês do Fórum Econômico Mundial.

O discurso, elaborado com a participação dos ministros Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia), é aguardado com larga expectativa no Brasil e no exterior.

Afinal, o mundo observou com muita atenção a campanha eleitoral, quando ocorreu francamente um embate entre a manutenção de um sistema corrupto, sem paralelo na história do Brasil, engrenado por forças populistas lideradas por Luiz Inácio Lula da Silva, diretamente da cadeia, onde cumpre condenação como maior ladrão da Lava Jato, e, de outro ladro, uma proposta de mudança radical na economia e, sobretudo, um combate sem trégua à corrupção, liderado pelo então deputado federal Jair Bolsonaro.

Bolsonaro venceu a disputa com uma vantagem de mais de 10 milhões de votos sobre o candidato da organização criminosa de Lula.

A vitória contra a bandalheira verificada nas urnas encheu de euforia e orgulho os brasileiros.

Se, na economia, o entusiasmo se mantém em alta, a Bolsa já se aproxima dos 100 mil pontos, na questão da corrupção há uma frustração preocupante.

Sobretudo, porque um dos filhos do presidente da República, Flávio Bolsonaro, que acaba de se eleger senador, está envolvido em manobras nada edificantes, quando deputado estadual pelo Rio de Janeiro.

Traumatizado, o brasileiro anda cabreiro.

Depois de 14 nos de bandalheira petista, defronta-se com uma denúncia de corrupção no ninho de um presidente que está no Palácio do Planalto há 20 dias.

É um 'jab' no queixo de milhões de brasileiros que foram envergonhados pela escória liderada por Lula e que apostaram numa proposta de moralização do país.

Bolsonaro vai discursar logo no início do Fórum Econômico Mundial.

Se, até lá, não tiver 'convencido' o filho a se afastar (e Flávio Bolsonaro sequer tomou posse) das proximidades do Congresso Nacional até que a Justiça apure o caso, o presidente da República será olhado sob suspeita de 'estelionato eleitoral'. Pelos brasileiros e pelo resto do mundo.

Como Bolsonaro disse em campanha que o Brasil está acima de tudo, só lhe resta mandar que o filho saia de cena até que tudo esteja esclarecido.

Flávio Bolsonaro precisa se acertar com a Justiça.

Para o bem ou para o mal dos Bolsonaro.

Mas, notadamente, pelo bem do Brasil.