terça-feira, 6 de dezembro de 2022

 

Vice-presidente havia sido denunciada por irregularidades na concessão de obras públicas na província de Santa Cruz no período em que seu marido e ela presidiram a Argentina| Foto: EFE/Demian Alday Estévez


A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi condenada a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para o exercício de cargos públicos nesta terça-feira (6) pelo crime de administração fraudulenta de fundos públicos.

O veredicto foi anunciado no final da tarde e foi assinado pelos juízes Rodrigo Giménez Uriburu, Jorge Gorini e Andrés Basso, do Tribunal Oral Federal 2 (TOF2).

Kirchner e outros 12 réus haviam sido denunciados pelo Ministério Público federal por supostas irregularidades na concessão de 51 obras públicas ao empresário Lázaro Báez (que foi condenado a seis anos de prisão) na província de Santa Cruz, berço político do kirchnerismo, durante as presidências do falecido Néstor Kirchner (2003-2007) e de Cristina (2007-2015).

Outros sete réus foram condenados a penas entre três anos e seis meses e seis anos. Kirchner foi absolvida da acusação de associação ilícita, assim como os outros réus.


Durante o dia, apoiadores da vice-presidente provocaram caos no trânsito de Buenos Aires com grandes manifestações em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social e durante uma marcha até a avenida Comodoro Py, onde está localizado o tribunal federal que emitiu o veredicto. A segurança teve que ser reforçada no local.

Antes do veredicto, aliados de Kirchner haviam reafirmado a tese da vice-presidente de que ela é vítima de perseguição política. O senador Guillermo Snopek disse que o julgamento buscava “prejudicar a democracia” e culpou a oposição, “por não ter vontade política de avançar nas reformas da Justiça que tramitam na Câmara dos Deputados”, segundo declarações publicadas pelo site do jornal Clarín.

A oposição, por sua vez, havia manifestado confiança na condenação de Kirchner. O deputado nacional Maxi Ferraro publicou nas redes sociais um vídeo de 2008 da então parlamentar Elisa Carrió, na qual esta ameaçava denunciar Néstor Kirchner, Lázaro Báez e outros por associação ilícita. “Há 14 anos, Carrió foi corajosa de denunciar com nome e sobrenome. A perseverança é invencível. A impunidade acaba. Chegou a hora da justiça”, afirmou.



Gazeta do Povo